jlg
cinema

  rj  
Shane & outros

A reprise de Os Brutos Também Amam (Shane), de George Stevens, é das mais importantes nos últimos anos - talvez seja mesmo o maior western do cinema, embora há quem prefira, por exemplo, um No Tempo das Diligências (Stagecoach) ou Matar Ou Morrer (High Noon). Êste último, lançado mais ou menos na época de Shane, deu ensejo, com esta dualidade, à discussão sôbre os fundamentos éticos históricos ou sociais do western, nascendo inclusive a contraposição do western puro e do psicológico. High Noon - para cuja estrutura de tempo Fred Zinneman (seu diretor) inspirou-se naquela lançada por Robert Wise, em The Set-Up, ou seja, coincidência exata entre a duração de projeção e a duração anedótica - trazia implicações de psicologia coletiva, recorrências a atitudes políticas em tôrno do mêdo de agir. Neste sentido, embora com perícia e destreza, o xerife vivido por Gary Cooper era uma espécie de anti-herói, ou melhor, não-herói. Já em Shane, está em jôgo a chamada "pureza" do gênero: a integração total no espaço-tempo histórico dos acontecimentos, que não poderiam ocorrer em nenhuma outra época ou lugar, nem fazer ilações com respeito a problemas diversos do estrito âmbito narrativo. Shane, todavia, não é "puro" ou simples como a maioria dos westerns de Anthony Mann, Budd Boetticher, Howard Hawks ou do próprio Ford. Constitui, ou melhor dizendo, induz (já que isto não vem estampado discursivamente) a uma meditação sôbre o próprio mito do gênero, do gunfighter - que é o seu mais poderoso personagem. Tudo dentro de uma estrutura cinematográfica impecável. É arquétipo. E quantos achados de Shane não foram repetidos depois? por exemplo: a roupagem negra, as luvas do matador interpretado por Jack Palance; ou a luta focalizada pela câmara por entre as pernas inquietas dos cavalos. Um clássico absoluto, a maior contribuição que. George Stevens deu ao filme.

Em Nova York foi inaugurado o VII Festival do Filme, com a apresentação de uma fita americana sôbre a liberdade sexual. Trata-se de Bo And Carol And Ted And Alicia, primeira realização do diretor Paul Mazursky. Não é uma fita pró, mas sim satírica às tentativas de modernização de dois casais "alienados”. Se não é Godard, será ainda Marx?

Catherine Déneuve e Michel Piccoli estão transformando-se em dupla cinematográfica. É assim que reaparecem juntos novamente em La Chamade (A Chamada do Amor), fita que Alain Cavalier dirigiu e adaptou, baseado em Françoise Sagan. No elenco, Irene Tunc.

Correio da Manhã
18/09/1969

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|