Os Sete Samurais, de Akka Kurosawa, é o filme que inspirou essa série do cinema americano, de uma espécie de western em tôrno da aventuras dos sete magníficos.
Nos dois primeiro, a figura proeminente era o incrível Yul Brynner, uma das maiores vocações estelares para canastrão, desde a passagem algo rápida pelo cinema daquele inacreditável Turbam Bey. Agora, no terceiro, A Revolta dos 7 Homens (Guns of the Magnificent Seven), estamos livres ele Yul e o líder da turma é personificado por George Kennedy. Ressalte-se ainda que cada um dos três filmes foi comandado por um diretor: no primeiro, de 1960, The Magnificent Seven, era John Sturges; no segundo, Retun of the Magnificent Seven, foi a vez de Burt Kennedy; neste último, temos Paul Wendkos. Dando a nota da invenção, logo em seu primeiro filme, The Burglar, Wendkos nunca mais repetira a dose, pelo menos nas suas outras fitas que conhecemos. Com Guns of the Magnificent Seven, entretanto, aproveita a oportunidade para dar um show bastante razoável de movimentação, bem como de intelectualizar uma trama de fundo ideológico.
Filmada na Espanha, o cenário anedótico da fita é, todavia, o México da tirania Porfirio Diaz. Lá, a peso de 600 dólares, que no fim serão legados pelos mercenários sobreviventes à causa da libertação, chegam os seis craques, profissionais da aventura e do perigo, acompanhados de um dos auxiliares do líder popular prêso numa gaiola de madeira, sob o guante de um coronel sanguinário, bandido acadêmico. Numa das sequências mais violentas, o mesmo coronel enterra vários populares no solo, deixando-os só com a cabeça de fora e manda seus capangas cavalgarem por cima. Urros no meio do pó. Por isso; não mereceria mesmo o clássico duelo do faroeste. Na hora precisa, o líder dos 7 o matará sem dó, pegando-o desarmado e descanegando-lhe o revólver.
Há um garôto que, nesta história, é Emiliano Zapata, desde cedo assistindo ao taconeo dos tiranos sobre a cabeça de seu povo. Quando se verifica a vitória na pequena cidade, os populares dizem que continuarão a luta numa espécie de guerrilha. A longa sequência do assalto à pequena fortaleza, na parte final do filme, é bem construída, oferece lances do cinema sadio americano. Paul Wendkos, além de se sair bem da empreitada comercial, reprisa algumas ligeiras idéias em torno de ética e política. A música de Elmer Bernstein ajuda enquanto a foto de Masasoni está fora de foco. Mas isto é por causa do Cine Odeon.
Correio da Manhã
04/10/1969