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Trágica setença

Uma das componentes essenciais do espetáculo cinematográfico é a violência. Nada melhor do que o western, para o exercício dêsse fator, que, por seu turno, envolve, não só tiros e murros, mas também sexo.
Aí está a fórmula de
Trágica Sentença (The Desperados ). É o westem antipsicológico por excelência, com uma história ultra-ingênua, novelesca, com ligeira estrutura de tragédia grega. O bando de ex-confederados, liderados pela família Galt (ou seja, o pai e três filhos), que rouba, mata, estupra, incendeia, saqueia tôdas as cidades do Sul, que vai encontrando pelo caminho. Filmado em côres, assistimos a tudo isso com fartura em cêrca de uma hora e 45 minutos de projeção. As balas então, espoucam indiscriminadamente, com inúmeras tomadas dos alvejados em primeiro plano, com as caras ou as roupas borradas de sangue. E nada de happy-ending: um final implacável, também violento e inesperado, no compromisso com a tragédia pura, destituída de qualquer dose de intelectualismo.
Apesar de tudo - principalmente, da falta de organização rítmica e dramática, em relação à obra no conjunto de elementos de construção - não se trata de uma fita desprezível. Ao contrário, prende a atenção dado o incrível refôrço e repetição quase ininterrupta das cenas de choque. Além disso. o nudismo, que vai tomando conta do gênero (tal como ocorreu, de saída, com os faroestes italianos), sem faltar, inclusive, o clássico banho no lago, a cargo, agora, de Sylvia Sym.
Algumas sequências são válidas, até como opção de tomada, aumentando a tensão em tôrno dos massacres e tiroteios. O diretor Henry Levin é experimentado, possui uma extensa fiimografia, sem grandes achados, mas traz na bagagem a competência mínima da maioria maciça dos técnicos de Hollywood. Aqui, realiza um dos seus melhores· filmes dos últimos anos, talvez até em decorrência do caráter menos despretensioso da produção.
O elenco e encabeçado por Jack Palance, no sanguinário chefe da família Galt e que emite gritos lancinantes. Entre a bebedeira, o fundo místico e a sede de dinheiro, já o vemos, logo no início da fita comandando o massacre da pacata cidadezinha. Mas um de seus três filhos, David (Vince Edwards - aquêle ótimo ator de Murder by Contract) revolta-se contra tanta violência, rompe com a família e irá lutar, até a morte geral, contra pai e irmãos. Sylvia Syms, além do banho, é a mulher simpática de Vince, vítima, por tabela, da vingança interfamiliar, enquanto uma outra môça de olhar de gata, torna-se protagonista da sequência mais sádica de The Desperados, ou seja, a amante manca que é obrigada, a dançar, sob a ameaça do sinistro Palance; de pileque (e que também, durante grande parte da fita, usa as luvas negras do matador de Shane).

Correio da Manhã
08/11/1969

 
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