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Adeus, Amigo

Uma trama de tensão e mistério, com os ingredientes de sexo e violência (esta, em doses maiores) sempre procurados pelo público, quando se trata de recreação. Aí está Adeus, Amigo, em sua quarta semana, mostrando, em Jean Herman, um cineasta, no mínimo, competente.
Grande parte do filme se resume também no duelo de interpretação entre Alain Delon e Charles Bronson (ganho com certa facilidade por êste último), pois, pelo menos durante cêrca de 40 minutos ele projeção ficam sozinhos, presos num compartimento escuro, trocando piadinhas e piparotes. Bronson, além de ser, de saída, melhor ator do que Delon, tem um papel realmente interessante, ao qual valoriza bastante. Ao final, a grande camaradagem que brota entare os dois personagens, de formação bem diferente, mas que se identificam nas grandes contingências éticas.
Não se pode negar que o argumento, de Sebastien Japrisot, possui aspectos originais, desenhando-se através do roteiro, feito em parceria com o diretor, uma trama cinematográfica que interessa e prende o espectador. Do mesmo modo, o trabalho do diretor revela-se seguro e até engenhoso em determinadas sequências. Evidentemente há uma certa inverossimilhança envolvendo o jôgo de situações, a qual, no entanto, Jean Herman, em lugar de contornar, procurou enfrentar quadradamente, ao envídar o máximo de efeito para as cenas violentas ou de maior teor dramático. Tudo muito bem reforçado pela boa fotografia de Jean Jacques Tarbes, em eastmancolor.
Apesar de alguns tours de force de realização. Adeus Amigo não se pretende impor além do nível do alto entretenimento, pelo menos tomado estruturalmente. O próprio trecho extremamente longo, em que Propp e Barran ficam presos juntos, somente se justifica como um show ou divertissement, desnecessário até para propiciar o sentido de camaradagem e compromisso despertado entre os dois homens. Vale isoladamente, tal como uma ou outra passagem da fita - como a da aposta e strip-tease, sob o comando silencioso do marginal. Há um pouco do espetáculo em si (aquilo que é característico do cinema), despojado da procura de densidade mínima para cunhar o comportamento do elemento humano.
Enfim, mais um filme francês que denota a influência evidente do cinema norte-americano, dotado de uma sofisticação peculiar e de um intelectualismo nem sempre funcional. No elenco, ainda aparecem bem Olga Georges Picot e Brigitte Fossey, que, há pouco, foi vista em Le Grand Meaulnes, de Albicoco.

Correio da Manhã
03/09/1969

 
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