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A arca da Fôrca

Hang'em High, mais um western contra a violência latente da sociedade, contra o linchamento. É o primeiro filme de Ted Post, que entra no gênero com o pé direito, apesar do principal defeito, ou seja, a heterogeneidade antifuncional de elementos, linhas anedóticas e situações dentro do script de Leonard Freeman e Mel Goldberg. São êsses elementos que conferem um tom algo novelesco, prejudicando a fita, sua densidade, sua concentração.
Um homem é acusado precipitadamente por outros de haver roubado gado. Enforcam-no numa árvore, mas o herói (Clint Eastwood) é salvo pelo gongo, na pele de um comissário. Descoberta sua inocência, aceita o mesmo cargo de comissário, então vago, que lhe é oferecido pelo juiz. A partir daí, o sentimento de vingança se mescla com aquêle de proteger os inocentes e de evitar a pena de talião. Nisso tudo, sequências virulentas de tiros e de assassinato.
O diretor Ted Post não entrou em qualquer trilha experimental. Procurou dar um certo pathos ao western de tese, isto é, uma modalidade do gênero que nem é, a rigor, puro ou psicológico. Contou, em auxílio ao seu objetivo, com a boa fotografia em côres de Lennie Sourth e com o acompanhamento musical de Dominic Frontiere.
Dentro disso, a melhor cena do filme é justamente aquela, lenta, ritmada, do ritual público de enforcamento de alguns condenados à pena de morte, entre os quais dois menores que haviam participado de um roubo de gado, mas nada tinham a ver com a morte dos proprietários da fazenda. Lá, repisando a tradição de outros filmes americanos contra a pena de morte e seu espetáculo, vêem-se vendedores de tôda a espécie de produtos circulando entre a multidão, homens com crianças nas costas e um pregador, que ora, lá de cima do cadafalso, acompanhado em côro pela pequena cidade. Enquanto isso, os carrascos se encarregam do ritual menos catártico e mais propriamente técnico: colocar a sacola negra na cabeça dos condenados, depois que cada um dêles concretiza sua última vontade, argolar-lhes o pescoço na corda. Enfim o acionamento da manivela que suspende os corpos no ar. Em paralelo, sequências de tiroteio e violência, com toda o já conhecido know how de Hollywood.
No elenco, a presença de Inger Stevens representa uma concessão à necessidade do box office de uma figura feminina. A sua intromissão faz diluir o foco básico de tensão. Pat Hingle tem boa aparição como o Juiz Fenton, bem como Ed Begley, emprestando a sua máscara expressiva ao capitão Wilson. Clint, num papel algo difícil, aguenta-se razoavelmente. Um bom western.

Correio da Manhã
04/06/1969

 
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