The Private Navy of Sgt, O'Farrell traz novamente Bob Hope, sob a direção de Frank Tashlin. Uma semichanchada com o leitmotiv de soldados na guerra do pacifico e, entre êles, uma espécie de sargento das arábias, preocupado exclusivamente em reaver um carregamento de latas de cerveja, perdido rente à costa.
Tashlin, que ainda é um dos melhores comediógrafos do cinema americano, faz, aqui, um dos seus filmes menos interessantes. Não está propriamente irreconhecível, o diretor; pelo contrário, em várias ocasiões, dá sinal de vida. Todavia, numa aferição estrutural, o filme não possui sentido, e obedece a um ritmo algo monótono, quebrado por um ou outro gag de Hope, por algumas cenas onde o dedo inventivo se insinua discretamente. O non-sense alia-se à chanchada, às correrias de praxe e algumas piadas, nem sempre bem traduzidas para quem é obrigado a se socorrer exclusivamente das legendas.
Quanto a Bob Hope, já não evidencia (pelo menos nesta fita) o dinamismo histriônico de antes. Mais gordo, envelhecido, gratuitamente caricato, dá a nota numa ou noutra cena, mas repete inúmeros gags, inclusive aquelas sátiras ou brincadeiras com o velho companheiro Bing Crosby. Ao seu lado, Jeffrey Hunter (que nunca na vida esteve tão bem, quanto em The Searchers, de Ford) permanece totalmente apático. Phyllis Diller também ultracaricata, na enfermeira feiusca, frustrada em seus projetos de ninfomania diante da guarnição inteira.
Como artistas convidadas, comparecem duas estrêlas: Gina Lollobrígida e Myléne Demongeot. E aí está o ensejo de para uma das coisas mais agradáveis da fita: o biquíni estampado que Lolô, em dado momento, ostenta, permitindo demonstrar a sua boa forma para gáudio dos que temiam a sua decadência.
Correio da Manhã
28/05/1969