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A Mulher de Pedra

Lady in Cement é o terceiro filme da série do detetive Tony Rome (sempre, até agora, interpretado por Frank Sinatra) a ser, aqui, exibido. E esta série é a melhor de tôdas as que, atualmente, vigoram no gênero. Torna-se iriteressante, inclusive, reparar que o cinema moderno retoma uma antiga tradição, típica do decênio de 1930, de realizar séries de fitas acompanhando as aventuras de um determinado personagem herói. Dentro disso, antigamente a tônica recaía mais sôbre as histórias policiais (Charlie Chan, Bulldog Drummond ou Rafies, por exemplo), enquanto hoje reside na espionagem a trilha principal (007, Napoleon Solo, Harry Palmer).
Dentro disso, a aparição de Tony Rome se constitui uma exceção. Exceção ultra-agradável, aliás, pois, dado o suporte da parafernália administrativa de Hollywood, todos os três filmes da série já exibidos - e sempre dirigidos pelo experimentado Gordon Douglas - são, no mínimo, agradáveis, instigantes, razoavelmente caprichados. E - de todos - o melhor, sem dúvida, ainda foi Crime Sem Perdão (The Detective), que não apenas ficou dentro das exigências de uma produção cuidada, mas projetou-se com um significado de impacto, pela denúncia política e social, pelo vigor de algumas situações muito bem dirigidas.
Agora,
A Mulher de Pedra continua o ciclo em giro descendente, comparada com The Detective, ou mesmo o primeiro Tony Rome. Como de hábito, aquêle background ou bas-fond: crimes, meretrício, erotismo, violência, pederastia, misturados com luxo, glamour, desinibição, além de diálogos armados com inteligência, seja no humor que. Nasce da crueza das palavras ou da sofisticação. Logo na primeira sequência, uma das melhores do filme, dado o caráter insólito e a visualização quase surrealista da imagem, Tony vai ao fundo do mar e encontra uma loura nua - morta - de pé, intacta, com os cabelos em movimento permanente, contrastando com a postura de estátua. Em volta, os cações circulam. Daí, em diante, a esperada teia de mistério, com a figura saborosa de Raquel Welch, que, logo de início, aparece em arrojado biquíni.
Todavia, o têrço final da fita, mais propriamente a partir do momento em que o detetive é acusado de haver matado o pederasta, a solução da trama se precipita de modo inesperado, porém, frio, sem charme ou imaginação, contrastando com a armação elaborada com requintes nas partes iniciais. Restaria, nisso tudo, registrar a aparição curiosa de um nôvo grandalhão do cinema, Dan Blocker, no papel de Waldo Gromsky, que rouba algumas das cenas onde aparece e o papel pequeno, grotesco, bem desempenhado por Lainie Kazan, como a burlesque-girl, Maria Barreto.

Correio da Manhã
06/05/1969

 
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