jlg
cinema

  rj  
Quadrilha em Pânico

The Split é uma realização de Gordon Flemyng, diretor de quem não conhecemos nenhum outro filme porventura existente. Filia-se àquela modalidade de entrechos, girando em tôrno da seleção da equipe e do planejamento rigoroso de um roubo - onde já existem pontos altos, como O Grande Golpe (The Killing), de Kubrick, The Asphalt Jungle (O Segrêdo das Jóias), de Huston, ou Rififi, de Dassin.
A fita jamais alcança a densidade ou o nível de execução daquelas outras cidades, quando a maioria dos personagens, aqui, traduzem estereótipos. Aliás, não houve intenção do realizador nisso: sente-se nitidamente que Flemyng contentou-se com o divertissement (o filme raramente assume tom dramático) e com um exercício de estilo e até um certo experimentalismo, possíveis de funcionarem como cartão de visita profissional para o futuro. Isto por que, dentro da carência de organicidade, o cineasta, aqui e ali, revela talenfo, apresenta sequências interessantes.
O objeto do roubo, idealizado por Gladys (Julie Harris) e McClain (Jim Brown), constitui-se na arrecadação de cêrca de 500 mil dólares a ser feita pelo Estádio de Los Angeles, numa partida de rugby. Além, dos acima citados, compõem a equipe eficiente um marginal, dono ou gerente de uma academia de ginástica e lutas (Ernest Borgnine), um motorista fabuloso (Jack Klugman), um pistoleiro dandy (Donald Sutherland) e um expert em eletricidade e arrombamentos (Warren Oates). Como se vê, um bom elenco, que renderia muito mais caso fôsse empenhado, lembrando-se ainda; numa ponta, da presença excelente de James Whitmore, como o locador do apartamento da amante de McClain (a deliciosa colored, Diahann Carroll, com futuro quase certo à vista), e que, talvez na melhor cena da fita, assassina a inquilina a tiros de metralhadora, após um jôgo instigante de cortes com close-ups e detalhes: bôca, olhos, cano da arma, gatilho, dedo etc.
Outras sequências de interêsse: a perseguição e guerra de dois automóveis numa estrada, quando Jim está experimentando a habilidade de Harry; a cena da prostituta, enlevando e atraindo o arrombador para uma espécie de cilada; o clássico tiroteio final, desenrolado num depósito de ferro velho.
Além de ser bom divertimento, The Split oferece outro exemplo da sadia desinibição amoral do cinema americano: o crime compensa (apesar da imagem final da má consciência do negro) e até para o detetive corrupto, que ajuda a liquidar o resto da quadrilha.
Nota: Lamentamos que a projeção no cinema Pathé continue fora de foco, prejudicando bastante a apreciação dêste filme, como de outros.

Correio da Manhã
31/05/1969

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|