jlg
cinema

  rj  
O pistoleiro marcado

O Pistoleiro Marcado (Young Billy… Young) se consiste no nono filmed a carreira de Burt Kennedy, cineasta que vem se especializando como fazedor de westerns. Falta-lhe, no entanto, como se detecta através de alguns exemplos, o sentido da “pureza” do gênero.
Aí está o caso de
Young Billy Young, que poderia ser classificado como western novelesco. A primeira e longa sequência é muito boa: dois jovens, na cidade da fronteira do México, vêem alguns oficiais tiranos executarem um grupo de revoltosos que estavam presos na Igreja, depois penetram no comboio onde os assassinos se entregam ao início de farra e liquidam com eles, fugindo a cavalo, já perseguidos pelos capangas. Um deles, exatamente Billy Young (Bob Walker), cai do cavalo e, mais tarde, quando vai tentar atravessar o rio, montado num burrico parecido com Balthazar de Bresson, já encontra robert Mitchum, à margem, tomando café, com a sua cara de peixe drogado. A paritr de então, veremos que aquela primeira sequência (iniciada com a boa visualização da chaminé da máquina do trem lançando fumaça entre os créditos) não tem nada, nem anedótica ou psicologicamente, a ver com o entrecho.
Burt Kennedy provou que não deveria ter escrito o roteiro da fita que dirigiu, baseado no livro
Who Rides With Wyatt, de Will Henry. As situações se transformam numa salada primária de cenas de conflitos. Contamos 224 tiros durante o desenrola do filme, mas poucos deles tem explosão dramática. Basta ver o primeiro encontro de Kane (Mitchum) com Behan (Jack Kelly) para se comprovar o primarismo típico das produções C de há 30 anos. Angie Dickinson, dessa vez pessimamente aproveitada, ameaca mais uma vez aquilo que se transformou em suas especialidade, desde Point Blank, de John Boorman: despir-se; mas, agora, sequer os seios aparecem direito, não sabemos tambeem se por culpa do roteiro ou da nossa censura. O seu papel é ridículo e apenas corrobora uma coisa que já estamos fartos de comprovar no Wild West, a partir da fase moderna do cinema americano: em geral, a meretriz, lá, é mais “pura”, no sentido heideggeriano do termo, do que qualquer outra mulher de prendas domésticas. Kennedy, por duas vezes, aciona a memoria de Mitchum com inteira falta de imaginação, ao utilizar a técnica de sobre impressões típica da avant-garde, no decênio de 1920. Ora, depois que Alain Resnais inventou o pisca-pisca, essa indigência ainda se torna mais grave. Em suma um western frustrado, com a sequência de ouverture muito boa e o resto ficando mesmo como o resto.

Correio da Manhã
28/02/1970

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|