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Anjos e demônios

Anjos e Demonios é mais um filme de Carlos Hugo Christiansen. Realização razoavelmente administrada, sob a pauta do estrito interêsse comercial - a começar pelas linhas e premissas do argumento, que são inteiramente desprovidas de nexo. O pretexto é a perdição de grande parte da juventude moderna, entregue ao vício, amoralismo, crime e luxúria, isto, na fita, exposto com crueza e virulência episódicas, mas sem qualquer senso de vinculação à realidade. O diretor parte apenas da constatação óbvia de que sexo e violência são componentes essenciais para o dinamismo do espetáculo.
Os pontos altos do filme, por isso mesmo, são as seqüencias, tomadas isoladamente, de conflito e nudismo. Esta última parte muito bem defendida pelo corpo esbelto de Eva Christian, que desfecha um despe-despe incessante, estimulante, em tôdas as posições. Os meninos também, ousadamente, ensaiam o seu strip-tease, havendo um dêles que faz, com as cuecas nas mãos, o que, antigamente, as profissionais da ribalta faziam com o leque de plumas. Vê-se, por aí, que as filmagens devem ter sido muito divertidas, mas, muito mais do que o filme em si. Todos motivados. Logo nos primeiros minutos de bola em jôgo, Eva dá ao tio (Fregolente, aqui, inteiramente desperdiçado) um sedativo, este se agasalha em Morfeu, ela abre a porta à patota e já começa a bacanal nas barbas do moralista adormecido. Voam as roupas, sapatos, porta-seios e Eva já mergulha na cama com um menino feminil, cabeludo, orelhas de abano, que será o Sal Mineo da trama (impossível pensar em James Dean). Geraldo Del Rey aparece, como advogado da família e será o pato da turma, chegando a cometer um crime. O consôlo é que, antes disso, durante várias cenas, terá o corpo da môça à sua disposição. No desfecho, a tragédia, a punição geral dos transviados, sendo obrigatória a passagem por uma seqüência de julgamentos no tribunal, rigorosamente ridícula.
Mas o
grand guignol é completo. A protagonista faz um strep-tease integral na praia, iluminada pelos faróis do carro, onde está o nosso pequeno anti-herói. Ambos e mais um casal, totalmente maconhados os quatro, também na praia, largam as roupas e, despidos, passam a andar a cavalo, uns em cima dos outros, dando gritinhos, sob a batuta do diretor. Em suma, tudo muito desopilante.

Correio da Manhã
06/03/1970

 
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Jornal do Brasil 24/03/1957

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