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Se o cinema adivinhasse

Sob determinados prismas, é imensa a diferença do If... (de agora) dos Tom Jones Sehool Days (de outrora). Antes, havia muita bagunça, muito castigo, muita, travessura, mas, no desfecho, todos em côro entoavam hinos - pátrios ou escolares. Hoje, ao contrário, na hora hinária, dos dircursos, medalhas e solenidades (onde, inclusive não falta um militar, herói de guerra - pelo menos uma guerra, como aquela contra Hitler, que era apoiada pela opinião pública) os alunos atacam, são guerrilheiros instalados no telhado da Universidade. Os colegas, convidados e autoridades vão morrendo como soldadinhos de chumbo, enquanto a polícia chega para responder ao tiroteio. Aí a fita acaba: se... (por ironia, um título idêntico, apesar do adenda das reticências, ao do famoso épico de Kipling - If - época de glória do colonialismo britânico). Resta notar que, segundo observa Oscar Araripe, a fita está cortada em vârios trechos. Se… não houvesse censura…
O diretor Lindsay Anderson obteve a Palma de ouro do Festival de Cannes do ano passado com êste filme, conseguindo, ao fim, derrotar o Dragão de Glauber e Z, de Costa Gavras. Entre as várias aberrações que já ocorreram em Cannes (por exemplo Orfeu do Carnaval derrotar Compulsion, o melhor filme de Richard Fleisher, e Les Quatre-Cent Coups, de Truffarut) foi um prêmio bastante merecido. Não estamos diante de obra de grande envergadura ou que se destaque pelo aspecto invedtivo, mas é dotada de unidade e muito bem realizada. De ponta a ponta, flui em ritmo instigante, é leve, hollywoodiana, com ótima cinegrafia em côres. Todos os intérpretes estão autênticos e as misérias da tradição obsoleta são apresentadas com sutileza e funcionalidade. Não há praticamente o discurso, ou o personagem com a mensagem-chave no bôlso do colête. A mensagem é o próprio filme em si - e basta. A movimentação dentro do quadro, no vaivém de alunos, muito bem regida pelo cineasta, assim como a inserção abrupta de alguns elementos oníricos.
If… entrou em quarta semana de exibição no Paissandu. Tem a fôrça de se comunicar com o público e é válido como denotação de um estado de espírito quase universal: o inconformismo, da juventude que, de minuto a minuto, aumenta e se insere cada vez mais cedo no comportamento dos meninos. Na fita não há também caminhos apontados: ela constata e só. O futuro, tal qual o título, constitui uma hipótese.

Correio da Manhã
13/05/1970

 
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Jornal do Brasil 24/03/1957

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