Lançado aqui há cêrca de dez anos, Circus of Horrors, que, agora, retorna em reprise, foi um dos melhores exemplos de manejo insólito com o sadismo e o suspense, em suma, também um policial erótico, apresentando algumas mulheres bonitas, destacando-se o aparecimento de Erika Remberg.
O diretor Sidney Hayers, nesta produção de 1959, deixou seu cartão de visitas, como acionador do espetáculo. Depois, perdeu-se a sua trajetória, que poderia ser brilhante, pelo menos no gênero. O protagonista, vivido por Anton Driffing, ator de estilo expressionista, é um exímio especialista em restauração plástica da fisionomia das mulheres, que, depois, permanecem sob seu domínio. Há um casal que o assessora em seu esteticismo voltado para o crime.
Logo a primeira seqüência, de violência dinâmica, a do reaparecimento de Driffing, com o seu rosto recomposto, dá a nota. A seguir, a cadeia do insólito adquire intensidade, até as seqüências finais dentro do Circo. Perpassa por todo o filme aquêle espírito do grandguignol, próprio do antigo expressionismo alemão, reforçado com os recursos modernos e também uma utilização adequada da côr. Não sabemos qual o estado da cópia com que reaparece O Circo dos Horrores - fator da maior importância para a sua devida apreciação, principalmente em se tratando de uma produção rodada em côres. De qualquer forma, vale o registro de um bom relançamento, uma fita que, em 1960, chegou a figurar em algumas listas de "dez melhores" do ano.
Correio da Manhã
31/03/1970