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O vilão

Villian é uma surprêsa agradavel. Sem apresentar nada de excepcional, oferece, no entanto, aquela modalidade de espetáculo enxuto, bem administrado, com ritmo envolvente, sem falar na presença positiva da maioria dos integrantes do elenco
A história gira em torno dos
toughs guys do mundo de jogo, drogas e meretrício, em Londres, que vendem a sua "proteção", participam dos "negócios" e controlam o ambiente. Richard Burton interpreta o protagonista, Vic Darkin, que comanda uma zona. Homossexul, paranóico, tem, no gosto pelo ato físico da violência, uma espécie de sensação de orgasmo: vide cena, onde, nos fundos da boate, dá pontapés no funcionário que lhe dera a dica pata o assalto à fábrica. Vic, como é muito comum na hipótese homossexual, tem devoção pela mãe - uma velhota bem tratada com chazinhos e pulinhos a Brighton. Também tem o seu namorado oficial, Wolfe (Ian McShaine), a quem dá casa, comida e roupa (elegante) lavada, em troca da fidelidade. Mas Wolfe não é de ferro. Tem algumas gurias, das quais inclusive faz gigolotagem, enviando para fins de semana dionisíacos no palacete de um marquês. A principal delas (Venetia) é Fiona Lewis, uma figura muito estimulante, principalmente na cena onde apresenta armas (os seios), e que fugiu das páginas precursoras do Playboy. Tudo vai indo certinho, Burton vai levando Wolfe ao leito, tira o cinto, a camisa, Wolfe idem, idem (o filme é bastante civilizado em sua crueza), até a hora em que o assalto do carro pagador de uma fábrica fica parcialmente frustrado. Então o corre-corre, multiplicam-se os socos e tiros.
O diretor, Michael Tuchner, auxiliado por uma boa equipe (boa foto, bons décors, etc.), consegue fazer uma mistura atrativa dos ingredientes da moda: sexo, violência (vá lá a redundância: sexo é violência), deturpações, nudismo. Logo de saída, o espectador vê um sujeito pego pela patota de Burton sendo espancado, chutado, depois com o rosto cortado a navalha (aliás cortaram-lhe otras cositas, pudendas, inconfessáveis). A seqüencia do assalto na porta da fábrica é muito bem construída, desde os momentos de expectativa, passando pela luta e, após, a fuga.
Outro ponto alto: o elenco. Burton, talvez algo exagerado na exacerbação da paranóia, é sempre uma presença – com alguns movimentos de face, consegue dar a imagem da miserabilidade. Ian McShaine devidamente embonecado. Nigel Davenport é o policial, incansável na caça à quadrilha, ator já superexperimentado no papel. Cathleen Nesbitt é Mrs. Dakin (quase não fala). Fiona promete, seu corpo, pelo menos, tem carreira certa no cinema. Multo bons os outros tipos humanos de
O Vilão, realização evidentemente recomendável.

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