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O amanhã chega cedo demais

Drive, He Said assinala a estréia auspiciosa, como diretor, do ator Jack Nicholson, que fora a revelação de Sem Destino (Easy Rider) e Cada Um Vive Como Quer (Five Easy Pieces). Um filme até certo ponto indefinido e desigual no tratamento, porém dotado de indiscutível brilho, de situações instigantes e riqueza do produto humano. Nicholson está na linha de contestação ao establishment, não a contestação pela violência ou a depressão e pessimismo de Easy Rider. Em O Amanhã Chega Cedo Demais, há, inclusive, um determinado ritmo de euforia como significado do prazer da luta pela libertação de convenções e valores. E há um grande apoio ao ritmo vivo, de uma fotografia às vezes, até, admirável.
O argumento gira em torno de jovens - seu relacionamento com o meio, com a universidade. O
leit-motiv se concretiza no jogo de basquetebol, cuja bola a câmara acompanha amiúde, desde a primeira tomada, paralela aos letreiros, com Hector acionando-a. Daí em diante, algumas das melhores passagens do filme se desenvolve ao jogo entre as equipes. Logo a primeira seqüência é um belo cartão de visitas do novo cineasta. O jogo se desenrola sob a euforia da multidão - os jovens contestadores, fantasiados de guerrilheiros, vão desligar a luz do ginásio e emitir o seu pronunciamento - depois, confusão, gritos, polícia e retorno da luz. Um pequeno show de ritmo, à base de cortes, câmara lenta, ruído, angulações insólitas.
A carência de maior dimensão a essa fita talvez seja resultado da ânsia em mexer com muitas coisas de uma só vez. Não tanto no plano anedótico, mas no psicológico, naquele das inúmeras gamas de relacionamento entre os personagens. O que se desejaria obter como "profundidade" realista satisfaz na superfície, mas lega o embaraço de uma insatisfação geral.
O ponto alto, sem dúvida, está na extraordináriaa colaboração dos intérpretes, com o destaque, mesmo, para os principais: William Tepper, Michael Margotta e Karen Black (que vimos, há pouco, no papel da namorada do pistoleiro de negro, em
O Duelo). Esta última aliás, nos dá a medida de seu talento num papel que, a cada intervenção, ameaçava desbarrigamento. Quanto ao personagem de Gabriel é um dos mais ricos que o cinema proporcionou neste ano: basta ver a sua atitude na perseguição a Karen, dialogando com a lanterna e, especialmente. na seqüência (bem engraçada) no posto de alistamento.

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