Sinbad the Sailor reaparece na tela do cinema Rex. Produção de 1947, dirigida por Richard Wallace, tem um elenco respeitável na época: Douglas Fairbanks Jr., Maureen O'Hara e Authony Quinn. Tudo em côres, trazendo de volta o espírito das produções luxuosas, porém despretenciosas, de Hollywood na década de 1940. Pode-se reassistir ao estilo de ballet imprimido por Douglas Fairbanks Jr. aos seus personagens gênero aventuras, tipo hero meets villain. Extravaganzas à Hollywood, das quais foi justamente Douglas Fairbanks, pai, um dos principais inauguradores, com o seu Ladrão de Bagdad, lançado em 1927, um dos melhores ballets mudos do filme, dirigido por Raoul Walsh.
Os fãs de Maureen O'Hara, que teve a maior oportunidade de sua vida em Depois do Vendavel, de Ford, poderão revê-la - heroína típica do capa e espada, ou aventuras ou bailes à fantasia históricos. E há Anthony Quinn, ainda bem môço e magrinho, antes da glória, que lhe chegou quase aos cinquenta anos de idade.
O diretor Richard Wallace, especialista em produções sem maiores objetivos estéticos, era bom artesão, contava a sua história eficazmente, sem dar recados, além, em geral, do amuse yourself. Nascido em Sacramento, em 1894, primeiro estudou Medicina, e só depois entrou para os estúdios, como assistente de montagem de Mack Sennett.
Foi aí que deve ter ganho e aprendido um certo gusto pela movimentação dentro do quadro, dado ao incrível dinamismo anedótico das comédias mudas. Estreou como diretor, em 1930, com The Shopworn Angel, logo seguido, ainda no mesmo ano, por The Innocent of Paris. Alguns sucessos de bilheteria, realizações medias (The Masquerades, Eight Girls in a Boot, The Little Minister, Captain Cautious, projetando Victor Mature, etc). Sinbad pode ser reexaminado à luz da teoria do espetáculo, para qual Hollywood sempre foi e ainda é o principal contribuinte.
Correio da Manhã
24/03/1970