jlg
cinema

  rj  
Nunca beijes um estranho

(Once You Kiss a Stranger) deveria ser de saída, Nunca Beijes Uma Estranha, não sabemos porque fazer Carol Lynley de vítima, quando ocorre o contrário. Uma esquizofrênica muito agressiva e equipada, ao contrário da Cathérine Deneuve, em Repulsion, a morder-se e unhar-se dentro do quarto. O filme não dá muitas explicações psicológicas para o comportamento neurótico da protagonista, que ataca a humanidade, ora com arbaletas, ora com tacos de gôlfe, ora com um jeep quase anfíbio, ora com a parafernália da chantagem, ou seja, um possante telegravador portátil, enfim, com o seu corpo, que não é nada desprezível, muito ao contrário
Estamos diante de refilmagem de uma história de Patricia Highsmith, que já havia permitido a Hitchcock, através de uma adaptação de Raimond Chandler e Czenzi Ormonde, realizar uma de suas obras marcantes, Strangers on a Traio (Pacto Sinistro), com a seqüência antológica do estrangulamento da môça, focalizada através das lentes dos óculos da vítima, caídos no chão. Agora, a loura Carol Lynley faz às vêzes de Robert Walker, enquanto Paul Burke, as de Farley Granger. E, em vez do tênis, o esporte em foco é o golfe, até que bem explorado nas seqüências de campeonato. A côr do filme é bem hollywoodiana no sentido de consumo imediato.
O centro da trama é aquêle da troca de crimes que interessam a duas pessoas - uma deve matar a vítima da outra - a fim de elidir a motivação e dificultar a apuração policial. Em Hitchcock, evidentemente, isto estava muito melhor aproveitado; aqui, tudo se dilui na gratuidade da maioria das situações. Diana quer matar seu psicanalista, porque êste último aconselha seu interpamento em clínica - verifica que Jerry tem uma rivalidade com Mike, em matéria de golfe, porque êste último goza da tal boa estrêla nos lances decisivos. Vai ao quarto de Jerry, entrega- se, grava e televisa tudo, desde a proposta do crime até as cenas do esporte amoroso, depois assassina Mike, primeiro atropela-o com o carro e, em seguida, golpeando-o com o taco. Jerry se apavora, reaparece Stephen MacNally, fantasiado de inspetor de polícia, enquanto Martha Hyer, no papel mulher do protagonista, entra em cena e não mais larga uma cara de chôro. Uma ou outra cena descoze a letargia, mas o diretor Robert Sparr pouco disse ao que veio.
No final, tudo azul e esclarecido: Martha e Paul reencetam o ósculo conjugal, enquanto Carol Lynley, com aquêle biquíni verde adorável será levada pelos policiais que a esperam na beira da praia. Em suma, nem tudo vale a pena se a alma não é pequena.

Correio da Manhã
11/03/1970

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|