A revista Cinéma 70 realizou o seu cômputo dos dez melhores filmes exibidos em Paris, no ano de 1969, através das listas forecidas por alguns críticos. Aqui está o resultado, a refletir tendências dos observadores especializados:
Andrei Roublev, de Andrei Tarkovski.
Yellow Submarine (O Submarino Amarelo), de George Dunning.
L'Amour Fou, de Jacques Rivette.
La Hora de los Hornos, de Fernando E. Solanas.
The Wild Bunch, de Sanm Peckinpah.
Ma Nuit Chez Maud, de Eric Rohmer.
Tell Them Willie Boy is Here, Abraham Polonsky.
Adalen 31, de Bo Widerberg.
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha.
Secret Cerimony (Cerimônia Secreta), de Joseph Losey.
Goto L'lle D'Amour, de Walerian Borowczyk.
Skammen (Vergonha), de Ingmar Bergman.
La Voie Lactée, de Luiz Buñuel.
"Z", de Costa Gavras.
A seguir, entre outros menos votados, pode-se citar o Satyricon, de Fellini, Hell in the Pacific (o mano a mano, dirigido por John Boorman, entre Toshiro Mifune e Lee Marvin), Une Femme Douce, de Bresson, e Justine, de George Cukor.
O mais votado, Andrei Rovblev, é uma realizacão soviética. Entre os melhores, já foram exibidos, aqui, O Submarino Amarelo (desenho animado com Os Beatles e suas músicas), O Dragão da Maldade, Cerimônia Secreta (show de interpretação de Liz Taylor e Mia Farrow, sob o barroquismo de Joseph Losey) e Vergonha, o primeiro filme de Bergman contra a guerra, a mostrar, de modo não hermético, suas misérias, violência e degenerescência humana.
Serão exibidos, aqui, proximamente, The Wild Bunch (outro western, de Peckimpah). Willie Boy (reaparição, depois de longo hiato, do diretor Abraham Polonsky), Adalen 31 (fita sueca de Bo Widerberg) e "Z" (que obteve, no ano passado, a Palma de Ouro do Festival de Cannes). Quanto à Via Láctea (La Voie Lactée), trata-se do último e grande filme de Luiz Buñuel, ao qual já tivemos ocasião de assistir, durante exibição especial no Festival de Berlim. Através da caminhada pela estrada, de dois maltrapilhos, Buñuel retoma, em côres, a sua fabulosa tradição de L'Age D'Or, arrasando com os valores da civilizacão, com a técnica de ilogicidade e acronologia das cenas já usada em A Bela da Tarde.
Correio da Manhã
16/04/1970