The Challengers é mais um filme em torno de corrida de automóveis, que não teve, no entanto, a cobertura técnica, de superprodução, de outras incursões recentes no gênero, como Grand Prix, de John Frankenheimer, Winning ou, até mesmo, Red Line 7.000, de Howard Hawks.
O entrecho não foge ao lugar comum: as emoções das disputas na pista, entremeadas com as paixões, ambições e intrigas, por detras dos boxes, nos hotéis e nas viagens de cidade em cidade. Mas, apesar de todas essas restrições básicas, seria injusto desclassificar o filme, no tocante às suas conseqüências. É válido como diverão razoável, mesmo porque o diretor Leslie H. Martinson procurou caprichar em algumas seqüências, em especial, alguns exercícios oniricos na base da montagem com superaceleração dos cortes. Trata-se de recurso evidentemente repisado, mas que, quando utilizado com eficiência, sempre anima um pouco o ritmo dos acontecimentoo invocados na trama.
A história, bem manjada, reponta-se à rivalidade entre dois carppões, o marquês Paco Ortega (Nico Minardos, abobalhado) e Cody Scanlon (Sean Garrison, com carinha inexpressiva), mormente a partir do acidente que êste último sofreu e atribuída à má-fé de uma fechada intencional concretizada pelo primeiro. Além de outros competidores (quando se destaca Jim McCabe, vivido por Darren McGavin), lá estão as mulheres, algumas nervosas e os representantes de uma espécie de máfia de cassinos europeus.
Além de alguns morceaux de bravoure do diretor, o ambiente é, às vêzes, melhor alimentado pela presença de bons coadjuvantes, aliás muito mais famosos do que oo protagonistas.
Em suma, uma realização do gênero de Desafio na Pista representa diversão sem maiores efeitos, porém perfeitamente deglutível.
Correio da Manhã
30/11/1970