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Ana dos mil dias

Alguns dos personagens de A Man For All Seasons, um dos melhores filmes de Fred Zinneman, são reencontrados em Ane of the Thousand Days, embora, dentro do mesmo período histórico, envolvendo contextos dramáticos diversos: o rei Henrique VIII, o cardeal Wolsey, Cromwell, Thomas More e outros.
Trata-se de uma adaptação de peça de Maxwell Anderson, dirigida por Charles Jarrott, que estréia como cineasta depois de haver brilhado na televisão britânica, como um dos seus melhores diretores. E aparece no cinema logo com uma boa oportunidade, isto é, dirigir uma superprodução com tôda a pujança administrativa de Hollywood.
Missão cumprida, se bem que sem maiores lances. Ana dos Mil Dias é daquelas realizações que procuram reeditar a fase de ouro de Hollywood e do próprio cinema como maior veiculo de espetáculo da Terra. Reconstituição histórica, décors caprichados (embora, às vêzes, o papelão dê, em demasia, sinal de vida), um ator de explosão (Richard Burton), intrigas, coadjuvantes de classe - tudo a serviço da passionalização da trama amorosa-política em tôrno das relações entre Henrique VIII (Burton) e Ana Bolena (Genévieve Bujold).
Como quase tudo que é resultante do savoir faire do cinema americano (sempre o maior do mundo), a fita escorre com grande agrado e fluência, ficando os dós de peito para os lances de interpretação, a cargo de Richard Burton (bem razoável) e de Genévieve Bujold, surpreendentemente, indo mais longe do que o partner em muitos momentos. "'A aparente falta de maior expressividade inicial, banha-se e ilumina-se do tal fogo interior, especialmente na cena em que, avançando para o close-up, vaticina, enérgica, que sua filha (a futura rainha Elizabeth) não sera bastarda, reinará sôbre a Inglaterra.
Charles Jarrott não conferiu à fita um ritmo de maior impacto - a sua cadência, vamos dizer assim, é mais comerdalizada e sofre mesmo de alguns vícios teatrais vindos da adaptação do original. Mas, por outro lado, não há dúvida de que estamos diante do espetáculo e suas sensações, muito apoiado também na música de Georges Delerue e na fotografia de Arthur lbbetson. No supporting-cast, Irene Papas, ao contrário de outras vêzes, está algo caricata; muito bons, porém, Anthony Quayle (Wolsey), John Colicos (Cromwell) e Michael Horden (Thomas Boleyn).

Correio da Manhã
13/11/1970

 
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