Riot on Sunset Strip é uma das fita mais inconseqüente já feitas no género. A sua própria indigência técnica - onde há uma fotografia em córes apenas em dois tons (será também indigência da cópia?) - faz lembrar a produções C de Hollywood, de há um quarto de século.
Novamente a história de vícios e descaminhos da juventude. O local é famoso: Sunset Strip, em Hollywood. Ali a turma se reúne diàriamente, invade residência, faz protestos com cartazes, fuma maconha & adjacência, pratica a curra e ouve música sapecada por orquetras devidamente barulhentas. A buona gente das redondezas naturalmente, protesta e e apavora. Aí entra em cena um eficiente delegado de polícia, vivido pelo veterano Aldo Ray, que tenta ser compreensivo com os jovens e sempre recomenda a não-violência a seus comandados. Tudo muito bonito até o dia em que descobre ser a sua filha (a qual vê pouca vêzes, porque é desquitado) a última vítima dos ácidos e da curra. A coitadinha caiu de ingênua numa "festa", ingeriu o tóxico misturado com uma bebida inocente e, na cama, iniciou-se amorosamente com quase todos os participantes do pagode. Mas não há cenas "chocantes" a indigência vai até aí - trata-se de fita que, sequer, é recomendável aos freqüentadore do Cineac Trianon e congéneres. Para um argumento cretino, interpretações inocuas: Aldo Ray, parece que no ostracismo. marca a presença, pelo visto, apenas para papar uns caraminguás; as menina chamam-se Mimsy Farmer, Laurie Moock, Ama Mizrachi etc.; o diretor, Arthur Dreyfuss, limitou-se a assinar o livro de ponto nos estúdios. O moralismo, que encerra o argumento, é raso e provinciano.
Correio da Manhã
19/04/1970