Flareup é o reaparecimento de Raquel Welch, sempre bem-vindo. A fita começa bem movimentada: três mulheres despidas rebolam num palco de clube noturno, o marido abandonado de uma girl é louco e acaba liquidando-a perto da piscina, Raquel faz uma dança extremamente erótica. Mas o paranóico quer matá-la e a uma amiga, porque as acusa de serem responsáveis pela separação. Na noite seguinte, consegue realizar parcialmente o seu intento, atropelando a môça e o policial que a acompanha, enquanto a protagonista foge em pânico.
Depois, tomba-se na mediocridade apenas açucarada por alguns recursos de produção. O galã, James Stacy, faz carinha de boneca e parece que está sempre quicando. O vilão, Luke Askew, faz caretas de fúria e consegue circular impune um largo tempo, sempre perseguindo a môça. O diretor James Neilson poderia ter propiciado mais tensão e suspense ao argumento de Mark Rodgers. Apesar da completa falta de originalidade da história, apesar também da linearidade do plot, sem qualquer fator de instigação criativa, não seria difícil, com o mínimo de recursos, conferir um certo dinamismo à trama. Porém, impera a negligência dentro de um espetáculo, cujo objetivo único parecia ser aquêle de explorar a presença da estrêla. E, mesmo êste ponto fica somente atendido de modo parcial. Pois, com exceção da citada dança erótica, Raquel Welch (que é má atriz e só tem, por enquanto, o corpo a apresentar) limita-se a circular de lá para cá, muito vestida, com cara de chôro e nada mais.
O resto é o resto. Sêde de Crime é um filme fraco, só com alguns relances de espetáculo - diversão apenas em último recurso.
Correio da Manhã
21/04/1970