O diretor Lindsay Anderson começou a sua carreira como critico. Dirigiu também peças de teatro e teve uma atuação cultural de destaque, dentro de sua geração. Na opnião de Andrew Sarris, ele constitui mais uma influência critica do que uma fôrça criativa, aproximando-o, nisto, de alguns críticos e cineastas da nouvelle vague, como Eric Rohmer e Jacques Rivette.
De qualquer forma, o primeiro filme dirigido por Anderson, This Sporting Life, em 1963, encontrou uma boa receptividade e seu nome ficou na lista dos cineastas britânicos “de futuro”. Mas demorou três anos para fazer um novo filme, The White Bus, acompanhado ainda, no mesmo ano, de Short Subjects: Thursday’s Children, O Dreamland. Enfim, em 1968, chegou-lhe o êxito definitivo: realizou IF (Se...) que obteve a Palma de Ouro do Festival de Cannes. E, nos Estados Unidos, os críticos de publicações heterogêneas, como Playboy, Ladie’s Home Journal, Life New York Time e Comopolitan, descarregaram-lhe elogios. If, a ser distribuído no Brasil pela Paramount, é mais uma obra, a ter, como tema, a rebelião da juventude. Aqui, o entrecho se desenvolve num colégio interno de meninos, onde três estudantes organizam uma cruzada contra as tradições consideradas obsoletas. Os acidentes se acumulam até o delírio final.
Essa fita reenceta uma tradição de temas colegias, que vem desde o agora clássico, de Jean Vigo, Zero de Conduite. É fotografado em eastmancolor por Miroslav Ondrick e tem música composta e regida por Marc Wilkinson. O argumento é David Sherwin, adaptado do seu The Crusaders, escrito juntamente com John Howlett, além dos cenários de Jocelyn Harbert.
Correio da Manhã
14/04/1970