THE GAMBLERS, com um elenco internacional, foi rodado em grande parte, em Dubrovnnik, Iugoslávia. O assunto, como o titulo indica, é o jógo; melhor dizendo, o imortal pôquer. Profissionais de várias nacionalidades se encontram e projetam o golpe que lhes assegurará tranqüilidade financeira e o luxo nos recantos turisticos por um bom tempo - pelo menos aquêle suficiente a fim de arquitetar novos planos. Como sempre, alvo de primeiro plano, a também imotal figura do "pato" (necessariamente rico).
Mas o diretor Ron Winston já começa mal por escrever um argumento destituído de imaginação, a não ser em ligeiros detalhes. As linhas do entrecho, apesar de surradas, poderiam ter sido elaboradas e relacionadas com mais inteligência. O espectador mais experiente logo prevê, de um modo geral, o que irá ocorrer - inclusive a jovem bonita e solitária como elemento de consôlo ao verdadeiro pato, num happy-ending também excessivamente manjado
POBREZA GERAL
Trata-se de uma produção pobre de recursos - possivelmente o ensejo de aplicar, sem maiores preocupações, fatias de capital parasitário. Nem mesmo o pano de fundo turístico é usado para engambelar o público, pontificando um tratamento fotográfico bastante simplório.
Enfim, para agravar ainda mais o clima de indigência, o cineasta, que já falhara ao escrever, mostra-se ainda mâis desligado ao dirigir. Não há um plano sequer que mostre qualquer vontade de formulação. Tudo em material de nexo formal é rotineiro, a despreocupação de conferir ênfase a aspectos da trama é total. Em muitas cenas o falatório predomina, a câmara fica parada, o dinamismo é ausência.
Em figuras do elenco é que se poderá encontrar algo de mais expressivo. A mistura é bem eclétlca: lá estão o americano Don Gordon, o francês Pierre Olaf, o veterano ex-galã italiano Massimo Serato, Susy Kendall e Faith Domergu e, sem falar num oriental nanico e careteiro, mas que é a coisa mais engraçadada fita, com seus rompantes, pulinhos e gritinhos. Além de ser a grande surprêsa do argumento, como personagem.
Don Gordon é inteiramente inexpressive e, para quem sabe um pouco de profissionais do carteado, inviável o seu comportamento Suzy Keudall nada tem a ver com a história, senão exibir-se de maiô e minissaia, além do passeio à Iugoslávia.
Os Jogadores constitui realização anódina, sem recomendação possível, mesmo aos fanáticos pelo tema. Enfim, estranha-se a proibição para menores de 18 anos, numa fita onde ninguém se despe, onde inexiste qualquer toque de violência.
Última Hora
25/11/1971