jlg
cinema

  rj  
O círculo vermelho

Le Cercle Rouge se consiste em realização bem elogiada pela crítica francesa. Seu diretor, Jean Pierre Melville, tem muitos admiradores, que lhe detectam personalidade original, estilo muito peculiar, filiado à admiração de coisas heterogêneas, como Jean Cocteau e o cinema de Hollywood. Aliás, consoante essa última vertente citada, fêz vários filmes na área do gangsterismo, onde a influência dos mestres americanos não deixa de estar presente.
A ressalva inicial que vamos apresentar diz respeito às condições de exibição do
Círculo Vermelho (que, embora homônimo, nada tem a ver com o clássico de Edgar Wallace do gênero policial). Em primeiro lugar, por que importar uma versão dublada em inglês? Para o público que fala esta língua, ainda haveria lógica - mas nunca para o público aqui do Brasil. Em segundo lugar, vale chamar a atençao para o mau estado da cópia, carregada nos contrastes, tornando-se a fita praticamente invfável nas cenas noturnas.
Quanto ao filme, em si, pode-se notar, preliminarmente, que se coloca, em linha temática, entre
Rififi e o recente O Chefão (Un Condé). De um lado, o velho refrão do assalto meticulosamente planejado e destinado a frustação; de outro, a crítica frontal aos métodos da polícia a fim de atingir seus objetivos – métodos que chegam, tranqüilamente, à violência e imoralidade.
Porém, o roteiro que o próprio Jean Pierre Melville elaborou em relação a isso padece de um centro de estruturação que fosse uno e coerente. Por exemplo: o personagem vivido por Yves Montand (Jansen) é lançado numa cena de sonho em que se vê deitado, após farta bebedeira, cercado por aranhas, escorpiões, répteis etc. Esta introdução insólita, perde-se, no entanto, com o decorrer do espetáculo, pois, a seguir, Jansen só é mostrado como profissional do tiro ou uma especial de dandy do crime. O mesmo podeia dizer a propósito do personagem de Alain Delen e o retrato da mulher (que, desnecessariamente, surge despida no começo do filme, no ato de ouvir uma conversa – ato que não terá conseqüência alguma no desenrolar do entrecho). Quanto à seqüência do assalto, já tivemos outras da espécie muito melhor executadas no próprio cinema francês.
A direção de Jean Pierre Melville obtém rendimento em algumas cenas, mass são fatores isolados que não conseguem conferir maior nexo à obra. Contou, isto sim, com a grande colaboração do fotógrafo Henri Decar, no sentido de dar plasticidade a alguns exteriores de Paris ou de Mardellhe.
Difícil falar de um elenco deblado. Bourvil compõe o inspetor, sem élan. Alain Delon, de bigode, faz força, mas não consegue, por si só, sem um Visconte dar contornos a um personagem, já previamente indfinido. E ninguém entendem poque se convocou o bom ator italiano, Gian Maria Volante, para um papel só de ação, inteiramente inexpressive, traço de estudo do comportamento.

Última Hora
02/12/1971

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|