jlg
cinema

  rj  
Houve uma vez um verão

SUMMER OF 42, dentro de uma tendência sentimental análoga a de Love Story, também já conseguiu, nos Estados Unidos, um grande êxito, de bilheteria. Constitui mais um fator representativo da atual guinada para a nostalgia - a traduzir a contingência maior do passado na era da reprodução
Talvez seja, em pararelo, o melhor filme na carreira, até então algo decepeionante, do diretor Robert Mulligan. Nascido em 1930, sua primeira realização data de 1957:
Fear Strikes Out, fita no ambiente de baseball, com Anthony Peckins no papel principal. Depois, uma trilha com pequenos altos e pequenos baixos, até este Houve uma Vez um Verão que, sem ser uma grande obra, chega a surpreender pela simplicidade de meios, sentimento e segurança de direção.
No princípio, a voz off do protagonista começa a rememorar 29 anos depois o seu verão de adolescente, passado em 1942, na ilha, quando ainda não tinha feito 16 anos de idade. E quando "era outra pessoa'', quando uma experiência iria mudar sua vida.
O filme é concebido em perfeita identificação estrutural e isomórfica com o sentido de nostalgia, inclusive do próprio cinema. O tom das côres é parecido com aquêle tom saudosista já constatado também em
Bonnie & Clyde. Os fundos são esmaecidos, o enquadramento é clássico (dir-se-ia, intencionalmente acadêmico). A tela é quadrada - até parece que a memorização do protagonista se materlalizava num filme de 1942. Enfim, incidentalmente dentro da trama, como urna espécie de autocitação surgem, no processo de viragens, duas cenas de uma fita da época da ação: Estranha Passageira, com Bette Davis e Paul Heureid.
A reconstituição do período é precisa tanto no espírito, como no décor e vestimenta dos personagens. Logo de saída obtém-se a integração do espectador dentro da atmosfera do relato. A iniciação amorosa de adolescentes, naquela época onde se levava a garota ao cinema para os apertos, onde se lia furtivamente os livros científicos ou pseudo que tratavam de sexo, onde, em sua, inexistia a liberdade de relacionainento de hoje em dia.
Estamos diante de um filme linear, sem lances antológicos, sem a procura do brilho. Dotado, no entanto, de uma unidade além do elogiável. E um dos fatores indiscutíveis de seu êxito reside nas interpretações - um grupo de artista novos, dando plena convicência em seus personagens e suas reações no fluxo de comportamento. É impressionante a sinceridade e a segurança de Gary Grimes no protagonista, tornando-se em conta ainda que devido à natureza autobiográfica da ficção, tem de estar presente em tôdas as cenas. Jerry Houser, no papel de melhor amigo, constitui outra revelação. compondo um tipo admirável. Enfim, Jennifer O'Meil, inesquecível, com sua expressividade, na cena mais importante.

Última Hora
06/12/1971

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|