Só hoje, no Alaska, Ó Marietta (Naughty Marietta), filme de 1935, dirigido por W. S. Van Dyke, o primeiro da dupla Jeanette MacDonald - Nélson Eddy. Resiste ao tempo, como demonstração da pureza do cine-espetáculo, com as cenas iniciais admiráveis (todos cantando o Polichinelo, pelas escadarias e, depois, a partida da navio, sob a imponência da montagem e uma arquitetura de mastros), e aquela inesquecível, em seu atual primitivismo de composição, de Nélson Eddy cantando durante o idílio no barco. E, amanhã, será dia de A Grande Valsa (The Great Waltz), o maior filme de Julien D'uvivier, um dos grandes na história do cinema.
• 007 Contra a Chantagem Atômica (Trunderball) é o quarto filme da série James Bond, dirigido por Terence Young. Fica algo abaixo dos três que lhe antecederam, porém constitui garantia da grande administração de todas as fitas dessa seqüência protagonizada por Sean Connery. Quem não viu pode ver, agora também em reprise.
• Nas mesmas águas vem Bullitt, de Peter Yates, com Stev McQueen, Robert Vaughn e Jacqueline Bisset - só que, neste, a violência é mais a sério, ou melhor, menos aventnra e mais drama.
• Houve uma Vez um Verão (Summer of 42) se consiste na nostalgia do passado, captada pelo cinema em diversos planos: do narrador, das imagens e côres e do próprio filme em si. A methor coisa na carreira de Robert Mulligan e interpretações reveladoras de Gary Grimes, Jérry Houser e Jennifer O'Nell.
• Ainda em cartaz Tristana, de Buñuel, um dos melhores filmes do ano. Notáveis interpretações de Cathérine Deneuve e Fernando Rey, naquela técnica especial do diretor, de secura, economia e choque e que diz tanto. Infelizmente, a cópia em exibição está dublada em inglês - delito aberrante de importação. Por que não no origlnal espanhol, se, aqui, ainda falamos português? Será que vai também chegar o dia de dublagem para o inglês as cópias de filmes brasileiros aqui exibidos? Basta levar a lógica um pouquinho mais adiante…
• Metello, de Mauro Bologuini, acadêmico, porém bom, assistível na plenitude de uma boa fotografia e uma reconstituição de personagens e época acima do razoável.
• Outra vítima da dublagem para o inglês é O Círculo Vermelho (Le Cercle Rouge), um policial francês razoável. Dessa vez, o prejuízo é menor porque o diretor, Jean-Pierre Melville, está longe de ser um Buñuel.
Última Hora
11/12/1971