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Os ladrões

LE CASSE é um filme circence - o circo cinematográfico das situações insólitas. De inicio, o espectador pensa estar diante de mais um dos inúmeros no gênero, a seguir as pegadas de obras inauguradoras, como O Segredo das Jóias (The Asphalt Jungle), de John Huston, O Grande Golpe (The Killing), de Stanley Kubrick ou Rififi (Du Rififi Chez les Hommes), de Jules Dassin: um roubo ou assalto meticulosamente planejado e executado e que depois se frustra em decorrência de lances do acaso ou ligeira falha de um dos personagens envolvidos. Quatro invadem a mansão do milionário Tasco (José Luiz de Villalonga, em breve aparição) dominam e amordaçam o vigia, dois ficam à espreita lá fora, enquanto os outros dois se encarregam de abrir o cofre, através de um requintado computador portátil e levar as esmeraldas. Uma seqüência minuciosa, a demorar cerca de quinze minutos, contando com a interferência do policial (Omar Sharif), que desconfia do carro solitário na calçada.
Mas foi engano. Logo depois o tom muda, com aquela perseguição do mesmo policial a Belmondo, carro contra carro, também seguindo uma linha que já ficou manjada, desde
Point Blank, de John Boorman, até o mais recente 007 - Diamonds are Forever: os automóveis fazem as maiores loucuras, trocam punches entre si, descem escadas, saltam de uma pista para outra etc.
A partir de então, o filme não econtra mais o seu tom, a falta de sorte em matéria de unidade torna-se evidente Os personagens são gratuitos e já não estamos falando em termos mais ambiciosos de estudo do comportamento, porém no mero sentido da funcionalidade da conduta episódica. Inúmeras cenas são destituídas do menor senso lógico ou rítmico: se a fita tivesse intenções satíricas ou surrealistas ainda seria admissível.
Os Ladrões foi dirigido por Henri Verneuil, um dos cineastas mais ativos na França, principalmente há cerca de duas décadas. Sempre na fita commercial. Verneuil recebeu todo um razoável aparato técnico, elenco formado por atores bastantes conhecidos e apreciados pelo público em geral, demonstrou que, isoladamente, tem o sentido do show - mas se perdeu em material de conexão de idéias. Essa realização pode ser vista, sem nenhum enfado, como diversão descompromissada - mas lamentável foi o desperdício de se fazer algo mais tenso, com organicidade, sem sair do terreno da distração do público.
No elenco, Jean-Paul Belmondo, ainda tem chance de manter a unidade de seu tipo - marginal bem-humorado, aventureiro com a batida esportiva. Mas Robert Hossein e Renato Salvatori, sem nenhuma culpa pessoal, são relegados à condição de bonecos inexpressivos. Quanto a Omar Sharif, no papel de policial grego, fascistóide, cínico, sem escrúpulos, evidencia que é difícil acertar caso não exista um diretor com mão-de-ferro. Do lado feminino, Dyan Cannon tem presença quase que decorativa, desnecessária.

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