jlg
cinema

  rj  
As filhas de Drácula

Mais uma vampirada. A salada é a de praxe. Pegue Peter Cushing, uma caixa de caninos longos, oito quilos de tomate, um iluminador expressionista, algumas mulheres aboçaladas de cara assustadiça e seios fartos, um caixão bem resistente e um jogo completo de cruzes e teias de aranha de vários tamanhos, agite bastante, leve à sala de corte, desembaralhe e sirva ao espectador muito ao leve informalmente (isto é: sem levar muito a sério e sem também bancar o intelectual e seguir a moda de fingir que está gozando a própria história que narra).
Em matéria de diversão, dá certo. Modestamente, mas dá. No Art-Palácio, os espectadores achavam graça, riam satisfeitos em certas cenas. Mais fácil rir com os vampiros, ou seja, pela não intencionalidade, do que com a difícil concretização da intencionalidade no gênero comédia.
Dessa vez, em
As Filhas de Drácula (Twins of Dracula), o negócio se passa em Karstein. Como de hábito, uma boa foto, em cores mortas e utilização tradicional dos elementos expressionistas: claro-escuro, sombras, rostos arreganhados etc. Naquela cidade, Peter Cushing é o Tio Gustav, líder de uma seita violenta de puritanos, que mata à vontade todos aqueles que julgam estar entregues ao demônio. Principalmente moças que fazem aquilo que a Virgem Maria (dizem) não fez ou que meramente andam sozinhas na rua. Tio Gustav é linha dura de fato, porém dá zebra. Chegam de Veneza duas sobrinhas suas, rechonchudas, de cara abobalhadas. Frieda quer movimento. Maria, pureza. Frieda é seduzida pelo Conde de Karstein. Especialista em organizar orgias pagãs em seu castelo no alto da montanha, aliadas a sessões demonológicas. Num belo dia, depois que o Conde, ao término, de um ritual, mata a moça-cobaia, o sangue desta cai dentro da tumba de uma ancestral vampira que, imediatamente, renasce e suga-o. E é justamente com a sobrinha afoita do linha dura que o nobre iniciará suas atividades vampirescas. A partir daí, as correrias típicas, quiproquós, invasão do castelo etc. etc. No final da festa, Deus vai castigar a todos: tanto os que falam em nome dele, como os que falam contra ele. Volta a paz em Karstein - luzes - cortina.
O diretor chama-se John Hough e já se exercitou neste gênero na área da televisão. Aqui, em Twins of Dracula dá conta do recado, levando-se em consideração a modéstia das proposições. Peter Cushing, à falta de Christopher Lee, vira vilão (Gustav), mas não morde ninguém - não tém cara; já foi sim, algumas vezes Shrlock Holmes, em substituição a Basil Rathbone. Damien Thomas faz o papel do Conde e desmunheca sem muita discrição.a

Última Hora
24/08/1972

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|