jlg
cinema

  rj  
Pequeno grande homem

Apesar dos encômios de grande parte da crítica, Little Big Man não se nos afigura como um filme exponencial na obra, ainda curta porém respeitável, do diretor Arthur Penn. Ainda o preferimos em O Milagre de Anna Sullivan (The Miracle Worker) Caçada Humana (The Chase) e Bonnie & Clyde. Até mesmo na poesia hippie de Alice's Restaurant. De qualquer maneira, permanece na linha de frente do cinema norte-americano.
Pequeno Grande Homem é quase uma história burlesca de certo período dos Estados Unidos, a partir da narrativa de Jack Crabb, o homem de 121 anos sobrevivente da derrota do General Custer em Little Big Rock, feita, diante de um gravador para o repórter no interior do hospital. É também a história de homens brancos que não aprendem a se transformar em sêres humanos.
Talvez o ponto fraco essencial da fita venha inserido no script de Calder Willingham que já brilhou noutras produções. Muitos elementos e escassos entrelaçamentos funcionais. Uma alegoria que tomba no vazio pelo desencontro com o tom definitivo a ser dado ao conjunto. Afinal de contas, só quem já conhece o diretor, leu de antemão o que quis fazer com a fita etc., saberá perceber o sentido integral que desejava conferir, isto é, um conhecimento por motivos extracinematográficos, à margem da obra em si.
Feita a grande ressalva geral não ha como negar o brilho de fatôres particulares, a acuidade do cineasta nas passagens onde se tange o humor inclusive o macabro; o brilho de determinadas sequências destacando-se, logo, aquela do massacre na neve dos índios em sua reserva, massacre êste promovido pelo "intrépido" General Custer, que, desde há algum tempo, transformou-se num dos maiores vilões da história do cinema e da história em si. Aqui, inclusive é tratado, não só com pitadas de homossexualismo, mas como genocida irreverente. Outra cena de realce é a do nosso herói, travestido de gunfighter, encontrando-se, no saloon, com o famoso Wild Bill Hicock. Em suma, a colaboração mais do que eficiente da fotografia de Harry Stradling Jr.
Dustin Hoffman vive e caracteriza muito bem seu personagem: poucos atôres sabem, tão bem transmitir a sensação do mêdo, aqui, aquêle mêdo à la Charles Dickens. E há de tudo na imensa galeria de personagens, a girar como carrossel, em tôrno da autobiografia de Crabb: Richard Mulligan, muito gay, desinibido, no General Custer; espraiando as plumas (aqui, não só simbólicas, mas de verdade, de índio), Cal Bellini compõe Urso Pequeno; Faye Dunaway muito bem nas duas cenas onde aparece; Martin Balsam bem caracterizado; e o Chief Dan George enfrentar a câmara, não só com naturalidade, mas com evidente anseio de brilhar, de mais um lugar ao sol diante do visor.

Última Hora
17/01/1972

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|