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Látigo, o pistoleiro

Não fosse o diretor, Burt Kennedy, um especialista dedicado no "gênero por excelência", não hesitaríamos em classificar Látigo como um western envergonhado - que receia levar a sério a sua essência dramática e mitológica e parte para a autogozação. Essa modalidade de humor destrutivo dos elementos e valores que armam os entrechos não está exatamente afim com o temperamento de Burt Kennedy; para tanto, já existe a galeria respeitável dos Billy Wilder, Mankiewicz, etc. E o que se verifica é exatamente isto: um ótimo roteiro de autoria de James Edward Grant, desperdiçado em parte pela direção.
Burt Kennedy ainda não e um cineasta de maiores méritos, mas tôda a
sua carreira, desde a fase de roteirista (entre outros, escreveu Seven Men From Now e The Tall T para Budd Boetticher e Fort Dobbs, para Gordon Douglas) até a atualidade, registra a concentração no western. Em sua fllmografia, como realizador, apenas uma fita fora do gênero: The Money Trap (Dinheiro e Armadilha). Fêz um dos filmes da série dos pistoleiros imitando os sete semurais, de Kurosawa - Return of the Seven - e, a partir de 1967 - com Welcome to Hard Times (O Homem com a Morte nos Olhos), The War Wagon (Gigantes em Luta), The Good Guys and the Bad Guys e Young Billie Young (Pistoleiro Marcado) - passou, com mais intensidade, a chamar a atenção de alguns setores da crítica. Talvez, no entanto, a sua visão pessoal do cinema sofra em excesso da linearidade, do menor alcance com o instrumento da linguagem, fatôres negativos ainda não superados pelo seu bom nível profissional.
Látigo, apesar da timidez de Kennedy, consegue ser uma fita divertida. Um farsante, especialista em gigolotar as opulentas propriedades de bordéis do velho oeste, pula do trem na insólita cidade de Purgatório, onde tudo está parado, menos a rivalidade dos dois donos de mina. Aí, principia uma série de mal-entendidos e confusões acionados pelo protagonista cujos êxitos financeiros, em decorrência dos lances de malandragem, são imediatamente inutilizados por uma vontade compulsiva de jogar todo o dinheiro num só lance da roleta abandonada do saloon. E o desfecho não é cinico; porém um happy-ending aliviador dos quiproquós.
Alguns tipos humanos são deveras engraçados, pitoresco ; e várias situações são originais, instigantes. A melhor coisa que Burt Kennedy faz é justamente obter um rendimento ótimo dos atôres. James Garner, por exemplo, no papel principal, nunca foi tão pouco canastrão como agora. Jack Elam, há longo tempo um dos melhores coadjuvantes em westerns, dá tôda a corda grotesca e caricata ao seu personagem - o falso gunslinger. Suzane Pleshette corre para cá e para lá, no seu papel de fanática maluquinha, que, no fim, vai se casar com o nosso Macunaíma de faroeste. Harry Morgan também aparece somente no desfecho mas dá o tom de uma das cenas mais divertidas. Enfim, duas veteranas compõem as alegres e ingênuas empresarias da profissão mais antiga: Joan Blondell e Marie Windsor.

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