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Klute, o passado condena

Entre duas linhas oscila o argumento de Klute, O Passado Condena: o drama policial com mistério e o impasse psicanalítico de uma call-girl. Sem conseguir um entrosamento funcional entre ambas, frustra-se o filme apesar do nível de realização manter-se permanentemente em ponto satisfatório.
Um psicopata anda matando as mariposas. Um detetive começa a longa busca de sua identidade e termina seduzido pela que seria a próxima vítima. Ela, nos interregnos do atendimento aos clientes, frequenta a psicanalista e discute a sua insegurança existencial; aborda também a sua incapacidade para a plena satisfação sexual, que seria causa ou consequência da neurose. Com o detetive no entanto, as coisas começam a melhorar, a partir da cena em que ela pula para a cama dêle e entra de sola no assunto, quando o outro, tímido, estava enrolado nos lençóis. O final consuma um happy-ending ambíguo, talvez envergonhado.
O diretor, Alan J. Pakula, havia realizado, antes, The Sterile Cuckoo (Meus Verdes Anos), com a estréia em paralelo, de Lisa Minelli. Em Klute demonstrou-se algo frio, incapaz de propiciar algo de mais instigante, com base no argumento de Andy e Dave Lewis. O melhor mesmo ainda ficou sendo a fotografia em côres de Gordon Willis ou o acompanhamento musical de Michael Small.
Jane Fonda é uma das maiores atrizes do momento e, além disso, o seu prestígio se amplia em decorrência de uma atividade política marcante, seja contra à guerra do Vietnã, seja contra outras formas de intolerância das autoridades. Aqui, ela tira de letra êste papel de Bree, a call-girl que só consegue um pouco de segurança desempenhando a profissão mais eterna e antiga - onde também é atriz do amor e tem o contrôle dos sentimentos. Ganhou, com êle, o prêmio de melhor atriz, conferido pelos criticos de Nova York. Não é, todavia, um papel tão profundo e pungente como aquêle de A Noite dos Desesperados (They Shoot Horses, Don't They?).
Também, por seu turno, Donald Sutherland não encontra, no papel-título, oportunidade idêntica à que já teve em MASH e alguns outros filmes. Compõe seu detetive com firmeza e sobriedade, mas o personagem, em si, já era algo apático e indefinido. Em suma, como coadjuvante, talvez seja Charles Cioffi a melhor aparição, com máscara razoável e eficiência na cena decisiva.
Klute decepciona diante de uma expectativa muito mais generosa que havia em sua volta. Mas é perfeitamente assistível, não só por Jane Fenda, mas, em decorrência de um bem razoável indice de entretenimento.

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