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Mania de grandeza

Funambulices à la Molière no meio dos grandes de Espanha, no século da glória. Este o entrecho de Mania de Grandeza (La Folie des Grandeurs), sob a direção de Gexard Oury e o seu ator de outras fitas: Louis de Funès. Aliás, uma aliança que se vem denotando profícua. Louis de Funès, já se revelou um dos melhores atores cômicos do momento, menos em sutilezas de sotiscação, mais na caricatura e no dinamismo da expressão corpórea. E Gerard Oury, explorando o gênero, consegue ocupar com facilidade aquela área do ''dá para o gasto" - ou seja, apesar de não oferecer lances de genialidade, atinge o objetivo que é o riso.
Mania de Grandeza, sob o aspecto de paródia, talvez seja o melhor filme de Oury, uma das melhores oportunidades de Funês. Um ministro que cai em desgraça e tenta recuperar-se através de uma sequência de intrigas e manobras. Conta, para tanto, inicialmente,com o auxílio do criado (Yves Montand). Mas, este último, se aproveita da oportunidade e vai voar com as próprias asas.
Louis de Funès mantém-se à vontade. Tem o físico do papel: aliás, é filho de espanhóis (seu nome todo é Louis de Funès y Galarza). As caretas e correrias se desdobram em ritmo bastante aceitável e volta-se a lembrar um estilo de cinema que ainda merecia melhor atenção de produtores, diretores, roteiristas, etc. A paródia, com correria, pantomina, senso visual, enfim tudo àquilo que corresponde ao cerne natural do filme, ou seja, o espírito do movimento.
Logo de saída, a passagem da coleta do dinheiro está bem esquematizada, até a partida do "grande'', de retorno, com as moedas caindo da carruagem e formando uma trilha. A cena final, decorrida na estalagem, quando o nosso herói tentará fazer com que o rei surpreenda a rainha na cama, nos braços de outro, a fim de se reabilitar frente ao trono, embora já muito repisada, é bem dirigida e evidencia um mecanismo eficaz na organização das situações sucessivas. E, de maneira idêntica, as confusões na corte.
Louis de Funès, só adianta repetir, inteiramente à vontade no papel. Yves Montand é quem constitui agradável surpresa. Havia o hábito de vê-lo em papéis dramáticos ou até de maior leveza que fossem. Aqui, no entanto, denota a melhor segurança, seja na composição do tipo, seja na versatilidade necessária de quem tem de interpretar o fingidor. Ainda no elenco, Leopoldo Trieste e Venentino Venantini.

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