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O conformista

Um filme que chegou multo badalado, apesar dos pontos de vista não muito entusiastas da crítica estrangeira. Isto porque O Conformista era também o primeiro filme de Bernardo Bertolucci a chegar ao Brasil.
Bertolucci, entre os novos italianos, é dos mais cotados. Quatro obras. De início, La Commare Secca; depois, o êxito da critica com Prima della Revoluzione, a seguir, Partner, também matizado de encômios.
O próprio diretor considera O Conformista como seu primeiro filme de nível comercial, isto é, não no sentido imediatamente pejorativo, mas no inferir de que gozou de um razoável suporte de produção: décor caprichado, boa equipe de técnicos, atôres bastante conhecidos, a começar pelo protagonista vivido por Jean-Louis Trintignant, hoje ultra na moda.

CRÍTICA AO FASCISMO

Baseado em romance de Alberto Moravia, cujo sentido foi bastante alterado com o consentimento do escritor, pretendeu o cineasta executar uma critica da postura fascista em têrmos intensamente alegóricos, quase mesmo alucinatórios. Tratamento acronológico das sequências entre si, diálogos não-lógicos, situações insólitas, flashes-back introduzidos sem qualquer jogo sintático.
Um esforço pela dialética? Para alguns, mais ainda do que Visconti, Bertolucci cai na esparrela do decadentismo. Melhor dizendo: o excesso de requintes a fim de expor aquêle período estaria evidenciando que o diretor não consegue esconder um certo saudosismo do seu objeto de exame. Mas isto é outro aspecto da discussão estética, que, tal como a direita anedoticamente exposta, também denuncia a intolerância à esquerda. Evidentemente que, se ele fôsse fazer uma fita dessas na União Soviética, já estaria patinando na Sibéria ad eternitatem.
Desconfiamos do confusionismo. Assim como em alguns filmes pretensamente políticos do nosso cinema nôvo, Bertolucci quer dizer coisas demais em torno de um assunto do qual não possui vivência (tem apenas 31 anos) e se perde no próprio labirinto. Verdade que contou com o apolo da cinegrafia espetacular de Enrico Umetelli, com esfumaçados e contrastes admiráveis, e música funcional do já sabido Georges Delerue. Os costureiros e decoradores arrumaram-lhe o ambiente de uma época onde ainda vivia no colo. Inclusive três mulheres, que no estilo das Andrew Sisters, cantam um dos maiores sucessos de Bixio, sob influência do fox-trot. Chi è Piu Felice di Me (gravação original de Tito Schipa).

TALENTO

Assis como em Visconti, o fascismo também fruto da tara e homossexualismo. Mas, em matéria de heroísmo, os gregos já moravam nesta. E não há dúvida de que o talento do cineasta é evidente em determinadas cenas.
Até alguns artistas que tiveram sua glória durante o período do cinema dominado pelo fascismo estão presentes, em pequenos papéis, como Fosco Giaghetti e Yvonne Sansom. Mas, além da segurança de Trintignat, do vale-tudo de Stefania Sandrelli e da vocação e do physique du rôle de Pierre Clementi, quem domina mesmo as cenas é Dominique Sanda, numa aparição reveladora. E por que a cópia em francês?

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