Este é, sem dúvida, o pior filme da carreira do diretor Stanley Kramer. Um verdadeiro hino ao lugar-comum e à falta de imaginação, onde o entrecho anódino é banhado por uma espécie de subkafkanismo.
Stanley Kramer foi um dos homens mais importantes em determinada fase do cinema americano. Em 1947, começaram as suas famosas produções independentes, entre as quais ficou na história, em primeiro plano, o clássico do western, High Noon (Matar ou Morrer) dirigido por Fred Zinnemann. Por coincidência, em 1947, estreava no cinema, em Kiss of Death (O Beijo da Morte), de Henry Hathaway, um dos principais nomes do elenco de As Pedras do Dominó: Richard Widmark. Lá, ele deu seu plá. Porém, de lá para cá, como cosmonauta, gangster, caixeiro-viajante ou cavaleiro da Távola Redonda, Widmark sempre foi Widmark. Azar dos personagens.
Aliás, o elenco desse filme é rico, mas, sem exceção, permanecem todos os atores entorpecidos pela mediocridade – Gene Hackman, Candice Bergen, Edward Albert, Mickey Rooney e Eli Wallach. Este último, de certa forma, o mesmo caso de Widmark: explodiu em Baby Doll, de Kazan, e depois continuou como ator de uma nota só.
Enfim, um homem (Hackman) é retirado da penitenciária a fim de cometer um crime político na America Central. As ordens misteriosas vem de todos os lados, ninguém sabe quem as dá, os intermediários são intermediários de outros intermediários. Ninguém é de ninguém, assim como o filme não é de ninguém.
Jornal do Brasil
30/06/1978