O título já dizia tudo. O resto é o resto. E a cópia em exibição no cinema Roxy é das mais irregulares. Some-se a isso as luzes acendendo, o som sumindo, os assobios da platéia – enfim um happening, uma daquelas tertúlias que qualquer pornô-chanchada pode proporcionar. Dizem que o cinema brasileiro existe. Com as exceções de praxe, está aí o nosso modelo de produção.
O bem dotado morava – et pour cause – em Itu. Não aquela do Rio Grande do Sul – curto período de exílio de Getúlio Vargas, antes de voltar Presidente – mas uma outra nas proximidades da grande capital, São Paulo. Pois Lírio (seria Lívio? – não se escuta direito o que falam), apesar do poder de fogo, era inocente. O mulherio se encarregava, no entanto, de chamar a atenção para suas virtudes. Daí em diante, é o tiroteiro: no curto período de cerca de 24 horas, o nosso herói cumpre seis performances com seis mulheres diferentes. No final, depois de perseguido, ruas afora, por todas as convidadas de um almoço only for woman, ele consegue chegar à terra natal, onde o espera a candidata a namoradinha, pronta também para encaixar o sétimo gol.
De grossura em grossura, correm os diálogos – muito mais azedos do que aqueles dos bons tempos da Praça Tiradentes. Nada há de registrar: além do double sens de baixa inspiração, do despe-despe de um bando de mulheres, do homossexual de praxe, do cocu civilizado, das correrias e da falta de imaginação. Nenhum novo ingrediente na eterna receita. No elenco, além do esforço de Nuno Leal Maia (pra quê?) e da experiência e formas de Esmeralda de Barros, nada a registrar. Quanto ao diretor (diretor?), ninguém se lembrará que existiu neste filme.
Jornal do Brasil
15/09/1978