Assim como o faz, desde 1956, a revista Cahiers du Cinéma colheu a opinião de dezenas de críticos a respeito dos dez melhores filmes exibidos na França, no ano passado. Desta vez, o seu número de fevereiro oferece as listas de 44 pessoas (algumas delas bastante insólitas, como de hábito) e que deram o seguinte resultado geral, de acôrdo com o cômputo por nós realizado:
1º - Prima della Rivoluzione, de Bernardo Bertolucci.
2º - Chronik der Anna Magdalena Bach, de Jean-Marie Straub.
3º - Baisers Volés, de François Truffaut
4º - The Edge (A Margem), de Robert Kramer.
5º - Rosemary's Baby, de Roman Polanski.
6º - 2001: A Space Odyssey, de Stanley Kubrick.
7º - Tobby Dammitt (3º episódio de Histoires Extraordinaires), de Federico Felini.
8º - Le Règne du Jour, de Pierre Perrault.
9º - Vargtimmen (A Hora do Lôbo), de Ingmar Bergman.
10º - Bonnie and Clyde, de Arthur Penn.
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A seguir, também em ordem descrescente de classificação, obtiveram votação de pêso os seguintes filmes: Édipo-Rei, de Pier Paolo Pasolini; ll Ne Faut Pas Mourir Pour Ça, de Jean-Pierre Lefebvre; Reflections in a Golden Eye, de John Huston; A Barreira, de Jerzy Skolimowski; Point Blank, de John Boorman; Un Soir, Un Train, de André Belvaux; La Mariée Était en Noir, de Fraçois Truffaut; Les Biches, de Claude Chabrol; Terra em Transe, de Glauber Rocha; Comanche Station, de Budd Boetticher.
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O público carioca já conhece Rosemary's Baby, o episódio de Fellini em Histórias Extraordinárias (ambos, aliás, ainda em exibição no momento), bem como 2001, Bonnie and Clyde, Édipo-Rei, Reflections in a Golden Eye, Point Blank (À Queima Roupa) e Terra em Transe. E A Crônica de Anna Magdalena Bach e Baisers Volés foram apresentados ao público do II FIF. E Oliver! (fita de abertura do I FIF), que ganhou o Oscar, não recebia, ao mesmo tempo, sequer uma menção nas 44 listas .
São os seguintes os filmes vitoriosos no referendum Cahiers, desde 1956 - 1956: Viagem à Itália, de Rosselini; 1957: Um Condenado à Morte Escapou, de Bresson; 1958: Um Rei em Nova York, de Chaplin; 1959: A Marca da Maldade, de Welles; 1960: Os Contos da Lua Vaga, de Mizogushi; 1961: O Intendente Sansho, de Mizogushi; 1962: Lola, de Démy; 1963; Viver a Vida, de Godard; 1964: Le Mépris, de Godard; 1965: Band à Part, de Godard; 1966: Pierrot Le Fou, de Godard; 1967: Au Hasard Balthazar, de Bresson; 1968: Persona, de Bergman; 1969: Prima della Rivoluzione, de Bertolucci.
Correio da Manhã
24/04/1969