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Samson (A força contra o ódio)

Andrzej Wajda era, juntamente com Munk (já falecido) e Jerzy Kawalerovski (o autor de Madre Joana dos Anjos), um dos maiores cineastas poloneses, antes da entrada em cena dos novos. Autentificavam isso realizações como Cinzas e Diamantes, Kanal ou o seu episédio de Amor aos Vinte Anos.
Samson surge, no entanto, como uma decepção encarnada num espetáculo acadêmico, arrastado, que apenas mantém a maioria do público até o término da sessão graças ao ar refrigerado do cinema Paissandu. Mais uma vez Varsóvia durante a II Guerra, o ghetto e a odisséia de um perseguido, odisséia essa cinematogràficamente monótona, sem um lampejo sequer. Nem mesmo o culto a um certo barroquismo visual, um dos principais suportes a uma obra de fôlego, como Cinzas e Diamantes, volta a ser utilizado. Pelo contrário, a fita quase que se pretende um retour, não tanto à técnica, mas ao estilo neo-realista, esboroando-se, contudo, na carência de fôrça ritmica ou visual - aquela "fôrça contra o ódio" declarada no subtítulo do filme.
Os atôres, igualmente, contribuem para a apatia geral, apesar do esfôrço de expressão de sofrimento · conferido ao protagonista por Serge Merlin. Quando nos recordamos de coisas no mesmo gênero feitas não só pelo próprio Wajda, · mas por cineastas como Rosselini, êsse Samson chôcho somente faz invocar o conformismo temático e estrutural.

REPRISES

Estão em cartaz três reprises (Ben-Hur, agora em 70 milímetros, ainda Os Sete Samurais, e O Evangelho Segundo São Mateus, de Pasolini, hoje em dia, o cineasta visado por alguns inquisidores caboclos), além de um relançamento, You Only Live Twice, aliás o melhor filme da série James Bond, com uma ou outra sequência admirável e o magnífico finale, com tôda a companhia brigando dentro da cratera do vulcão. Ben-Hur consiste no exemplo típico do cine-espetáculo, altamente administrado, do filme popular por excelência. Agora, a sua projeção em 70 milímetros ainda certamente lhe confere mais vigor, pois, em matéria de criação industial, inexiste axioma mais preciso do que êste: quando maior a tela, melhor o filme. Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa (o diretor japonês mais famoso e premiado no Ocidente), há mais de dez anos que é, vez por outra, reprisado, pois, no gênero, é um dos exemplos clássicos da fita de samurai, espécie de western nipônico. Quanto ao Evangelho de Pasolini, trata-se da melhor fita já feita sôbre Cristo, com uma grande interpretação de Enrique Irazoqui no protagonista.

Correio da Manhã
04/04/1969

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

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