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As estréias mais promissoras da semana são...

As estréias mais promissoras da semana são: A Primeira Noite de um Homem (The Graduate), cujo diretor, Mike Nichols, ganhou o Oscar de melhor diretor de 1967, por êste filme, que, per seu turno, foi um dos maiores sucessos de bilheteria nos Estados Unidos no ano passado; e Jogos da Noite (Night Games), dirigido pela sueca Mai Zetterling, atriz e, a partir de alguns anos, também cineasta, com alguns filmes bem recebidos pela crítica internacional. Afora isso, como receita de verão, temos dois filmes de Raquel Welch, um da Fox, O Diabo é Meu Sócio (Bedazzled), e, outro, da Metro, Cinco Milhões de Erros (The Biggest Bundle of the All), mais um westem italiano, co-produzido com a Centauro Films de Madri, pelo visto uma subfórmula da adaptação ao velho oeste dos sete samurais, já bisada por Hollywood, o francês Sinfonia para um Massacre, que aqui chega distribuído pela Warners, com título inglês (Symphony for a Massacre), o italiano Não Mereço Você e, enfim, imprópria para os maiores de dez anos, uma chanchada cômica e de aventuras, encabeçada pelo lutador Ted Boy Marino. Completando o panorama, duas reprises de interêsse: um dos maiores musicais da Metro, Sete Noivas para Sete Irmãos (Seven Brides for Seven Brothers), dirigido por Stanley Donen e com a coreografia do notável Michael Kidd, a ser, agora, exibido em 70 milímetros, com som estereofônico; e um bom westem dirigido por King Vidor (The Fountainhead, Ruby Gentry, The Crowd, além de outras fitas marcantes) O Homem Sem Rumo (Man Without a Star), estrelado por Kirk Douglas, Jeanne Crain e Claire Trevor, com roteiro do especialista Borden Chase e fotografia de Russel (A Marca da Maldade) Metty.

A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM
(The Bachelor)


A segunda realização cinematográfica, em côres, panavision, de Mike Nichols, advindo do teatro, onde dirigiu peças conhecidas, como Descalços no Parque ou The Knack (ambas já também levadas à tela por outros cineastas) e cuja primeira fita foi, da mesma forma, uma adaptação teatral, ou seja, da famosa peça Quem Tem Mêdo de Virgínia Woolf. The Bachelor é baseada em novela de Charles Webb, mediante roteiro de Calder Willingham e Buck Henry. O papel principal, após inúmeros testes com vários candidatos, foi entregue ao ator Dustin Hoffman, que, assim, emergiu do palco para estrear no cinema. Ao lado dêle, uma das maiores atrizes da tela, Anne Bancroft (O Milagre de Ana Sullivan, Seven Women), uma mulher casada que arrecada o tímido graduate, a fim de aliviar o seu tédio social & sexual. Mas eis que a sua filha Elaine (Katharine Ross) entra no páreo, com muito amor e ternura no coração do rapaz, segundo se depreende do trailer. Dai em diante, o crescendo dramático até o ápice de uma cerimônia de casamento. Filme bastante elogiado, que, além do Oscar, arrecadou cinco globos de ouro, a ser estreado no cinema lançador mais contramão da Zona Sul, o Veneza. (Produção da United Artists).

JOGOS DA NOITE (Night Games)

Multo se espera dessa fita, dirigida pela sueca Mai Zetterling, que, como atriz, apareceu ao mundo num filme de sucesso no pós-guerra. A Tortura de um Desejo (Hets), de Alf Sjöberg (Barrabás, Senhorita Julia). Mai, há alguns anos, virou diretora; e êstes Jogos da Noite se consiste também em adaptação de novela original de sua autoria - Mai: cinepolumetis, A estrêla dos jogos noturnos é uma das mais conhecidas do cinema sueco, depois arrecadada por outros centros de produção, a inicialmente bergmaniana Ingrid Thulin. Resta saber se a nossa censura provinciana permitiu que os jogos transcorressem em paz, com o seu timing amoroso completo e, assim preservados os lances de maior importância, ou se então, freudiana e punitiva como amiúde, usou as tesouras, como, segundo consta, ocorreu. De qualquer modo, não pode haver, em Night Games, escândalo maior do que já o é a atuação da nossa censura cinematográfica. Apenas no Bruni-Flamengo (produção SANDREWS, distribuição Livio Bruni).

O DIABO É MEU SÓCIO (Bedazzled)

Sonhos de um cozinheiro (Stanley Monn), onde entram o diabo (vivido por Peter Cook) e os acadêmicos sete pecados capitais, pontificando a luxúria (que, evidentemente, nunca foi sequer pecado, quanto mais capital), na carne de Raquel Welch. O menu, todavia, foi produzido (encomendado) e dirigido (temperado) pelo respeitável Stanley Donen, excelente cineasta de musicais, um dos melhores "administradores" de Hollywood; que, como de hábito, deve esmerar-se nas côres de luxe, a deslizarem no panavision. Em se tratando de Donen (Sete Noivas para Sete Irmãos, Arabesque, Funny Face, The Pajama Game), há sempre esperanças. Amanhã, no Palácio, Leblon e América (20th Century Fox).

Cinco Milhões de Erros (The Biggest Bundle of Them All)

Cenários turísticos em metrocolor, onde o pivot é um embrulho no valor de cinco milhões de dólares. Em tôrno dêle, circulam o corpo de Raquel Welch, Robert Wagner, Godfrey Cambridge e dois veteranos superconhecidos em coisas mais sérias: Vittorio de Sica e Edward G. Robinson. Ken Annakin dirigiu a fita que, provavelmente, não ultrapassa o nível da agradável recreação. A partir de quinta-feira, nos Metros Copacabana e Tijuca, Pathê, Lagoa Drive ln, Pax, Mauá e Paratodos (Metro Goldwyn-Mayer).

Não Mereço Você (Non Son Degno di Te)

Romantismo a Ia italiana, com cantorias, protagonizado por Gianni Morandi e Laura Efrikian, aparecendo também o conhecido Nino Taranto. O diretor Ettore Fizzarotti, todavia, nos é um ilustre desconhecido. Segunda-feira no Riviera (produção Ultra-Film, apresentação da Fama Filmes).

Os Sete do Texas (I Sette del Texas)

Parece que são também outros sete samurais de revólver, só que um dêles, é mulher. Os nomes dos intérpretes são uma mescla de inúmeras nacionalidades neste westem ítalo-espanhol: Paul Piaget, Gloria Milland, Robert Hundar, Fernando Sancho, havendo até um Gregory Wu (será sinoianque?). Os tiros e as correrias são sob o comando do diretor J. Marchent (infelizmente, não confundir com o excelente jóquei Juan Marchant, que, tempos atrás, pontificou na Gávea). Segunda-feira, nos cinemas Azteca, Flórida e os Art-Palácios Tijuca, Méier e Madureira (Art-Films).

Sinfonia para um Massacre (Symphony for a Massacre)

Jacques Deray dirige bastante mas não entusiasma. O elenco inclui intérpretes experimentados e bem conhecidos. do público: Michel Auclair, Claude Dauphin, José Giovanni, Charles Vanel, Michele Mercier e a italiana Daniela Rocca. O fotógrafo é excelente: Claude Renoir. No entrecho, figuram, como elementos, Marselha, um cassino, entorpecentes, crimes e, evidentemente, a polícia. Talvez seja boa recreação. No Rex, Tijuca, segunda-feira, no Botafogo, quarta-feira, e, no Vila Isabel, sexta-feira (Warners - Seven Arts).

Dois na Lona

Este filme, certamente, não foi cortado pela Censura. Ted Boy Marino distribui knock-outs. As criancinhas poderão se divertir se já não estiverem enjoadas de vê-lo na TV. A sinopse enviada não fornece o nome do diretor ou de qualquer representante da equipe técnica, o que, aliás, era mesmo absolutamente desnecessário. A partir de amanhã, e graças à legislação do cinema nacional, esvaziando as salas do Plaza, Olinda, Mascote, Ricamar, Condor Copacabana, Scala, Bruni Ipanema, São Pedro e o céu também.

Sete Noivas para Sete Irmãos (Seven Brides for Seven Brothers)

Reapresentação de metromusical da fase de ouro do gênero, dirigido por Stanley Donen, com Howard Keel e Jane Powel como os nomes mais conhecidos do elenco, coreografia de Michael Kidd, música de Gene e Paul e letra de Johnny Mercer; foto de George Folsey, enrêdo baseado em The Sobbin Women, de Stephen Vincent Bennet, que, por sua vez, inspirou-se no Rapto das Sabinas, de Plutarco. Quem não viu, pode ver. No Vitória, tal como E o Vento Levou..., adaptado para a tela de 70 milímetros (produção Metro Goldwyn-Mayer).

Homem sem Rumo (Man Without a Star)

Westem do grande diretor King Vidor, agora reprisado. Embora não seja dos seus melhores filmes, oferece cenas com a marca da competência. Kirk Douglas é o protagonista, contando ainda o elenco, realmente bom, com Claire Trevor, William Campbell, Jeanne Crain, Richard Boone e Jay C. Flippen. No Capitólio, Copacabana e Carioca (Universal).

Correio da Manhã
10/11/1968

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

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