Enfim sós... com o outro
Enfim... um filme nacional na área despretensiosa que se consegue assistir até o desfecho. Na pior das hipóteses, dorme-se; mas não chega a haver aquela compulsão
de disparar para fora da sala de projeção. Aliás, seria injustiça o convite ao sono, pois desfilam pela tela algumas mulheres agradáveis de biquíni ou nos tais "trajes menores". As imagens e situações vão escorrendo sem maiores entraves, dentro da exploração do surrado entrecho dos quiproquós ocasionados por dois irmãos gêmeos, um, como de hábito, mais sincero e humilde, o outro, inconsistente e aproveitador. Fita inócua mas que serve como passatempo, para namôro ou fazer hora, à espera de algo mais importante. O cinema brasileiro precisa descobrir de vez o filão industrial do espetáculo, do ritmo para as massas. Essa fita de Wilson Silva não leva nada adiante nessa vertente, pois a antiga Atlântida, tecnicamente, em sua última fase, já produzia coisas bem mais aceitáveis. De qualquer forma, louve-se uma naturalidade dominante dos intérpretes, sem extras ou coadjuvante ridículos em suas atitudes e sem atôres com a falsa empostação de voz. Produção de Osíris Parcifal de Figueirôa para a Horus Filmes, tendo, no elenco, Augusto Cezar, Leila Santos, Fregolente, Annik Malvil, Rossana Ghessa e Emiliano Queiroz.
Lumet na Suécia
Sidney Lumet (O Homem do Prego, Doze Homens e uma Sentença etc.) está filmando, na Suécia, A Gaivota, de Tchecov, com um elenco encabeçado por James Mason, Vanessa Readgrave e Simone Signoret. Trata-se do primeiro filme americano inteiramente rodado naquele país, segundo informa a produtora Warner Brothers - Seven Arts.
Sammy por Sammy
Sammy Davis Jr., a esta altura, já escreveu a sua autobiografia. E, esta, por seu turno, já vai também ser filmada, com o mesmo Sammy (evidentemente) no papel principal. Mas ignora-se se a sueca May Britt irá comparecer.
Cortar por cortar
Na era do matriarcado, a censura brasileira declara guerra aos seios. A última vítima é Jane Fonda (ou Barbarella). Enquanto isso, Onibaba, a Mulher Diabo (um dos melhores filmes japonêses dos últimos tempos) continua proibida pelos onibobos.
Correio da Manhã
21/11/1968