jlg
cinema

  rj  
As doces senhoras

O diretor Luigi Zampa surgiu praticamente com o neo-realismo, tendo deixado um filme que ajudou a marcar o período: Viver em Paz. Fora disso, uma comédia ou outra interessante, dentro do espírito da escola e uma fita - Os Anos Difíceis – também elogiada. Depois, o neo-realismo teria de acabar mesmo e cada qual procurou o seu caminho, enquanto o cinema italiano - e, aí, realisticamente - entrava na fase da grande industrialização. Não mais as estrelas desmaquiladas, sujas, esfarrapadas - o cinema é, em si, o espetáculo. Aqui estão As Doces Senhoras reiterando o óbvio - e que óbvio! Quatro mosqueteiras dionisíacas mesmo que seja, aqui, o amor substituído pela futilidade, todas preparadas para enganar ou dominar os maridos, pois prazer é prazer - o resto é tradição, família e propriedade. Eis as quatro: Ursula Andress, Virna Lisi, Marisa Mell e Claudine Auger. As duas primeiras, durante a metragem, já enganam os maridos: Ursula o faz como terapêutica para pesadelos freudianos indicada pelo seu neurologista (o que é uma receita altamente civilizada), enquanto Virna já o faz até por compulsão (ou dinheiro, que também é uma forma de compulsão). Claudine (algo estrábica) consegue, no fim, acender o isqueiro - sinal de que, quando as luzes acenderem para os espectadores, irá iniciar-se nas delícias do adultério. Enfim, Marisa (que, para nós, estréia de modo fulminante) é a única que não trai o marido; mas faz melhor, porque se realiza artisticamente como stripteaser - e a revelação disso se constitui numa das cenas mais hilariantes do filme (além da mais erótica, é claro), quando no show de beneficência, após um grotesco Lago dos Cisnes, protagonizado por uma velhota gorducha, entra Marisa e abre, ao cônjuge, as portas do ridículo e da riqueza. Pois o seu futuro será o de se despir estilizadamente nos melhores lugares do mundo, enquanto o marido, convenientemente fardado, será o contínuo que recolhe as suas roupas caídas no chão. I Dolci Signori cumpre a sua missão de divertir, embora algumas sequências sejam demasiado arrastadas pela falação das atrizes. Algumas passagens são bastante divertidas, mormente as cenas oníricas de Ursula (não chegando a se despir in totum, o que não é mais necessário, pois Playboy Lui ou outras já se encarregaram disso).

Correio da Manhã
19/11/1968

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|