Battlestar Galactica é proibido para menores de cinco anos. Devia ser proibido para maiores: que o diga o Sr Armando Falção, o (então) maior especialista em censura. Trata-se de um filme burocrático. Nada conduz a qualquer instigação; apenas ao lugar comum. O diretor Richard A. Colla assinou e ponto; os técnicos em efeitos especiais limitaram-se a chancelar uma série de recursos ultra digeridos nos mananciais americanos. É aquele velha história de que a máquina é desumana e, nós, pobres mortais, somo supinamente humanos. Nós, que as inventamos.
As crianças, enfim, àquelas que não viram Guerra nas Estrelas e o ainda atual Super-Homem (Superman), talvez consigam se divertir. Mas o tão baladado sensurround mal faz tremer as cadeiras do Condor-Copacabana. A monotonia desponta, os efeitos não espantam; só resta rezar. Ora, depois de tanta tecnologia, rezar é transformar a alienação ao cubo.
No fim, tudo vai dar no esperado. Dizem os guerreiros de um planeta super-avançado que estão partindo em busca do planeta Terra. Aqui, pululam as felicidades. Mal sabem, pobres de espírito, que irão encontrar o Camboja, o Sr Ayatollah e o Dr Idi Amin. Nada tem lógica, a não ser a capacidade olímpica de tentar faturas bilheterias. Porém, o filme constitui um hino à falta de imaginação, com a agravantes de um garoto chato e de um cachorro eletrônico.
Lew Ayres que, em Sem Novidade no Front, soube marcar um personagem, quase meio século após bancar o ingênuo que chefia uma nação galáctica. Só não entram todos pelo cano graças à disposição dos produtores de fazer um happy-ending a qualquer preço.
Não há seqüência que mereça registro. Galactica – Astronave de Combate poderia apresentar um mínimo de gosto. Mas, é um tiro certeiro no bom humor.
Jornal do Brasil
13/04/1979