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As tramas do gosto

Carta sobre os surdos-mudos para uso dos que ouvem e falam

autor: Denis Diderot
Ideia: A partir da linguagem de sinais utilizada pelos surdos-mudos, desenvolve-se uma teorização original e instigante de questões de estética, literatura e comunicação.

Denis Diderot nasceu em 5 de outubro de 1713 e morreu em 31 de julho de 1784. Um dos maiores nomes da literature e da filosofia na França em seu século. Diretor, juntamente com D'Alembert, da famosa Enciclopédia (ou Dicionário Lógico das Ciências, Artes e Ofícios).
Essa Carta sobre os Surdos-mudos para Uso dos que Ouvem e Falam foi publicada em 1751 e agora, em boa hora, é reapresentada entre nós. Falamos em boa hora porque estamos diante de uma obra atualíssima, apesar da distância no tempo superior a dois séculos. Diderot era uma inteligência deveras iluminada. Dispensava a necessidade de ser "iluminista", embora a seita dos propriamente ditos estivesse em plena efervescência na época. Basta recordar a antológica abertura de Joseph Balsamo, de Alexandre Dumas (série de tomos que compõem a primeira parte do gigantesco romance Memórias de um Médico), quando se dá o encontro do protagonista e futuro conde de Cagliostro com os confrades vindos de todo o mundo, no sopé do monte Trovão.
A Carta envolve questões a respeito da língua e da estética e suas premissas e colocações ainda provocam ressonâncias extremamente válidas diante de quaisquer teorias, por mais sofisticadas que sejam, elaboradas nesse século. E tudo foi exposto por meio de uma redação límpida e direta, que não exige do leitor aiores intimidades com terminologias complexas ou aquele repertório de palavreado bombástico de muitos "pós-modernos". No entanto, a linha de pensamento de Diderot é altamente original. E, assim, instiga o leitor.
As citações são proverbiais e funcionais. As notas ao pé de página reforçam a compreensão da matéria em debate. E, nisso, é curioso observar que o autor - com todo o seu rigor, com a segurança no desdobramento de idéias e argumentações - era, paradoxalmente, descuidado em suas citações, trocando autores ou alterando textos. Mas isso corresponde a detalhes de superestrutura que não prejudicam a organização de um mecanismo de raciocínio.
"A percepção das relações é um dos primeiros passos da nossa razão [...] Elas constituem a simetria." "O gosto em geral consiste na percepção das relações. Um belo quadro, um poema, uma bela música agradam-nos somente pelas relações que observamos." Isso vem na parte final, na carta à srta. De La Chaux. São observações pertinentes à estética moderna, à psicologia da percepção. São assertivas que já se antecipavam a coisas como a Gestalt, o neopositivismo ou mesmo as manifestações de quem olhou para tais vertentes com um pisca-pisca crítico, ou seja, outro mestre francês do pensamento mais atual, Maurice Merleau-Ponty.

Revista IstoÉ
17/11/1993

 
G. S. Fraser "The modern writer and his world" - Criterion Books
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Piet Mondrian
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"Revista do Livro", nº 16, Ano IV, dezembro de 1959
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E. E. Cwnmings em Português
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Correio da Manhã 18/08/1962

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