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literatura

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Piet Mondrian

Life and Work – Michel Seuphor – Abrams, New York – (433 páginas)

Este é, sem dúvida, entre os volumes até hoje editados e que tenham chegado aqui, o livro de maior valia publicado sobre a obra de Piet Mondrian, pelo menos no que se refere à parte de documentação.
Michel Seuphor, que participou de perto, ou que teve ocasião de assistir vis a vis à eclosão de alguns dos mais importantes movimentos de vanguarda deste século, leva a efeito uma análise biográfica plena de informações a respeito de vida e obra daquele que representa o “turning point” na evolução da pintura contemporânea, o verdadeiro desbravador que tornou clara uma via aberta para a libertação das formas. Mondrian, uma vida inteira dedicada à pesquisa estética, o artista sério, Mondrian, o homem de vanguarda, o caminho da auto-depuração total, a máxima tensão vitar atingida, o entrechoque das linhas horizontais e verticais importando na ação dinâmica.
Neste volume encontram-se diversas reproduções em cores ou em preto-e-branco correspondentes das várias fases do desenvolvimento da sua pintura. Assim, em cores, temos do período inicial, telas como “a árvore encarnada” ou “o moinho à luz do sol” que se configuravam numa invocação a Van Gogh, algumas composições com linhas, referentes à fase “mais e menos” (títulos denotando conotações com temas do mar), a série oval, até, finalmente, o perfeito e completo autodespojamento de qualquer utilização de formas de caráter orgânico. É então que começa a época das múltiplas e sucessivas composições com encarnado, azul ou amarelo, chegando finalmente ao “new york city”, o “Broadway boogie-woogie” e o “victory boogie-woogie”, este inacabado. Tal época, a derradeira e mais profícua, se constitui justamente naquela em que Mondrian se apresentava na plenitude de sua maturidade, dotado de uma exata unificação de propósitos.
Contem o livro, outrossim, algumas páginas oferecendo diminutas reproduções em preto-e-branco de todas as telas e esboços levados a cabo pelo pinto holandês. Trata-se de um excelente guia de orientação para que se acompanhe, mediante elementos precisos, todo o critério do seu desenvolvimento paulatino até o abstracionismo puro. E, observada desta maneira, de quadro para quadro, pode-se-á verificar o enorme grau de autenticidade correspondente à linha de ascensão de Mondrian – uma compenetração dos problemas estéticos cada vez mais adstrita a fatores essenciais pertinentes à sua real assimilação dos processos formais em jogo dentro do complexo linha, cor, ritmo e movimento.
Na parte que se relaciona com a contribuição doutrinária de Mondrian para o desabrochar de uma nova visão da realidade e que se reveste também da maior importância em face da acuidade e das profundas e imediatas conseqüências para o pensamento estético produzidas pelas observações e considerações nela contida, foi transcrito um trecho do primeiro artigo que ele escreveu para a revista “de stijl” e, na íntegra, o seu famoso ensaio em forma de dialogo “Realidade natural e realidade abstrata”.
Oferece o livro ainda uma farta documentação fotográfica, incluindo diversos “fac-similes” de números da revista “de stijl”, Mondrian em vários períodos de sua existência, atelier, “fac-similes” de suas assinaturas etc.
Finalmente, deve-se mencionar também que esta obra possui um prefácio de Georg Schmidt, antecedendo ao trabalho de Seuphor.

Jornal do Brasil
01/12/1957

 
G. S. Fraser "The modern writer and his world" - Criterion Books
Jornal do Brasil 18/08/1957

Sophokles – “Women of trachis”
Jornal do Brasil 03/11/1957

Piet Mondrian
Jornal do Brasil 01/12/1957

The Letters Of James Joyce
Jornal do Brasil 12/01/1958

O poema em foco – V / Ezra Pound: Lamento do Guarda da Fronteira
Correio da Manhã 05/10/1958

Erza Pound, crítico
Correio da Manhã 11/04/1959

Uma nova estrutura
Correio da Manhã 31/10/1959

"Revista do Livro", nº 16, Ano IV, dezembro de 1959
Tribuna da Imprensa 13/02/1960

E. E. Cwnmings em Português
Tribuna da Imprensa 04/06/1960

O último livro de Cabral: “Quaderna”
Tribuna da Imprensa 06/08/1960

Cinema e Literatura
Correio da Manhã 07/10/1961

Um poeta esquecido
Correio da Manhã 24/03/1962

A Grande Tradição Metafísica
Correio da Manhã 05/05/1962

Reta, direto e concreto
Correio da Manhã 06/06/1962

A Questão Participante
Correio da Manhã 18/08/1962

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