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José Lino Grunewald, um senhor crítico

Por Lélio Sotto Maior Jr.

José Lino Grunewald foi, na década de 60, o maior crítico de cinema do Brasil. Aqui mesmo nas páginas do "Jornal de Letras", J. Lino formulou uma nova estética cinematográfica, baseada no fato de que o cinema devia se libertar dos entraves do ''logos" verbal, isto é, da literatura, através de uma linguagem essencialmente "motivisual-e-sonora" (nas palavras do próprio crítico) que assim estabelecia uma frontal autonomia do cinema com as outras artes. Falando de filmes tão decisivos como "A Aventura" de Antonioni, "Acossado" de Godard e (principalmente) "O Ano Passado em Mariembad" de Resnais, José L. Grünewald observava que estes são os menos literários filmes do cinema, porque não recorrem ao lógico-discursivo e sim ao anlógico-sintético, inaugurando assim a linguagem cinematográfica propriamente dita, década após o seu aparecimento. Finalmente, J. Lino superou a si próprio com o antológico CINESFERA, onde levava as últimas consequencias a sua estética refinadíssima e insuperável, ao mesmo tempo em que estabelecia os "Trinta Pilares do Cinema", que são:

1. L 'Année Demiére à Mariembad, de Alain Resnais;
2. Citzien Kane, de Orson Welles;
3. City Ughts, de Charles Chaplin;
4. Outubro, de Sergei, M. Eisenstein;
5. Jules et Jim, de François Truffaut;
6. Modern Times, de Charles Chaplin;
7. Sunrise, de F. W. Mumau;
8. Hiroshima, Mon Amour, de Alain Resnais;
9. L' Age D'Or, de Luis Buñuel;
10. Encouraçado Potemkim de Sergei M. Eisenstein;
11. Lola Montés, de Max Ophüls;
12. Ladri di Bicicleta, de Vittorio de Sica;
13. Vertigo, de Alfred Hitchcock;
14. Sous les Toits de Paris, de Rene Clair;
15. Napoleon, de Abal Gance;
16. A Bout de Souffle, de Jean-Luc Gotard;
17. Metropolis, de Fritz Lang;
18. Umberto D. de Vittorio de Sica;
19. Menilmontant, de Dmitri Krsanoff;
20. The Birds, de Alfred Hitchcock;
21. L'Avvantura, de Michelangelo Antonioni;
22. Siegfried, de Fritz Lang;
23. La Passion de Jeanne D' Arc de Carl Drever;
24. The Set-up, de Robert Wise;
25. Les Enfants du Paradus de Marcel Carmé;
26. Maytime, de Robert Z. Leonard;
27. Zéro de Conduite, de Jean Vigo;
28. Le Dernier Milliardaire, de René Clair;
29. Mon Onde, de Jacques Tati;
30. Intolarence, de David W. Griffith.

Enfim, um senhor crítico de cinema, como já não se produz mais pois os novos críticos (mesmo os franceses) pouco sabem do formular macroestruturalmente uma linguagem cinematográfica . No panteão do panteão, permanecer Zé Lino, com sobretudo o seu ainda insuperado MARIEMBAD INAUGURAÇÃO DE UMA LINGUAGEM.

Jornal das Letras
01/09/1989

 
Poesia
Estado de Minas 10/09/1961

Eruditos & eruditos
Carlos Heitor Cony Correio da Manhã 28/09/1963

Prelúdio do Zé Lino
Carlos Heitor Cony Folha de S.Paulo 26/05/1965

A contracultura eletrônica
Jacob Klintowitz Tribuna da Imprensa 18/05/1971

Transas, traições, traduções
Carlos Ávila Estado de Minas 02/12/1982

Escreve poemas, traduz Pound, é crítico de arte e é de Copa
Vera Sastre O Globo 03/10/1983

O brilhante esboço do infinito jogo de dados
Nogueira Moutinho Folha de S.Paulo 09/12/1984

Diário das artes e da impensa
Paulo Francis Folha de S.Paulo 12/01/1985

Igitur, um Mallarmé para iniciados
Salete de Almeida Cara Jornal da Tarde 08/03/1985

Grünewald traduz Ezra Pound
Jornal do Brasil 12/03/1985

O grande desafio de traduzir Pound
Sérgio Augusto Folha de S.Paulo 16/03/1985

O presente absoluto das coisas
Décio Pignatari Folha de S.Paulo 06/09/1985

Ezra Pound - entrevista
Gilson Rebello Jornal da Tarde 26/10/1985

Pound, traduzido. Uma façanha ou loucura?
Isa Cambará O Estado de São Paulo 05/12/1986

J. Lino inaugura forma de pagamento
Ângela Pimenta Folha de S.Paulo 07/12/1986

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