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Textos de Maiakóvski

Maiakóvski é um dos maiores poetas do século atual, ao lado de nomes como Ezra Pound, E. E. Cummings, Rilke, Valéry, Lorca, Apollinaire, Eliot, Dylan Thomas ou Fernando Pessoa. Foi um poeta de vanguarda, integrado inicialmente ao futurismo russo, e um dos que melhor soube conciliar a arte com a revolução, o engajamento com a torre de marfim inevitável. Sua atuação, no terreno criativo, também se estendeu ao cinema, teatro e cartazes. Mas também foi teórico, crítico, amiúde polêmico. O homem que inspirou em muito os formalistas, o homem que, na "Carta Aberta aos Operários", dizia "a revolução do conteúdo - socialismo-anarquismo -é inconcebível sem a revolução da forma: o futurismo", não poderia escapar ileso à intolerância política. Depois do seu suicídio, foi restaurado como poeta ultraverborrágico, em traduções prosaicas, até mesmo ridículas, em muitos outros países, e, talvez estrategicamente, esquecidos os seus textos teóricos, que jamais poderiam corroborar tais traduções. As dificuldades da língua russa e a perfilhação stalinista, realizadapostmorrem, completaram em definitivo a imagem de uma visão falsa e piegas. Vem de ser lançado o livro de Boris Schnaiderman, A Poética de Maiakóvski (Através de sua Prosa). Schnaiderman é um dos conhecedores mais profundos da literature soviética. Além disso, a intimidade que possui com a língua russa permite-lhe realizar as traduções diretamente do original, sem aquela segunda mão muito comum, na qual muita coisa se perde. Schnaiderman faz uma análise do papel e importância de Maiakóvski. Depois seguem-se os textos do poeta relativos a poesia, cinema, teatro, arte na civilização industrial, além de Eu Mesmo, uma espécie de autobiografia em montagem de memória e comentários: "Sou poeta. É justamente por isso que sou interessante. E sobre isso escrevo. Sobre o restante: apenas se foi defendido com a palavra".
A leitura desse volume coloca-nos em dia com o pensamento do autor. É ver especialmente suas intervenções para constatar a lucidez do poeta. Por exemplo, quando prega a interpretação entre os métodos formal e sociológico, condenando as contraposições ou o cara-ou-coroa do engajamento simplório, aquilo que não "contradiz o marxismo, mas sim a vulgarização do marxismo". Importantíssimo também, em tal sentido, é o artigo "Operários e Camponeses não Compreendem o que Você Diz", publicado originalmente na revista Nóvi Lef, em janeiro de 1928. Nele, Maiakóvski explica o problema da comunicação do escritor com as massas, demonstra que é preciso saber organizar a compreensão de um livro - o artista é o produtor, a usina; posteriormente, as lâmpadas irão acender-se nas casas dos proletários.
"O caráter de massa deve ser o coroamento de nossa luta e não a camisa com a qual nascem os felizes livros de algum gênio literário."
Aí está, portanto, um livro do maior interesse. Maiakóvski, ao lado de Ezra Pound, talvez seja o maior poeta de fato participante do século XX. A sua leitura ilumina o debate poético e a história das verdadeiras lutas do escritor.

Correio da Manhã
31/12/1971

 
G. S. Fraser "The modern writer and his world" - Criterion Books
Jornal do Brasil 18/08/1957

Sophokles – “Women of trachis”
Jornal do Brasil 03/11/1957

Piet Mondrian
Jornal do Brasil 01/12/1957

The Letters Of James Joyce
Jornal do Brasil 12/01/1958

O poema em foco – V / Ezra Pound: Lamento do Guarda da Fronteira
Correio da Manhã 05/10/1958

Erza Pound, crítico
Correio da Manhã 11/04/1959

Uma nova estrutura
Correio da Manhã 31/10/1959

"Revista do Livro", nº 16, Ano IV, dezembro de 1959
Tribuna da Imprensa 13/02/1960

E. E. Cwnmings em Português
Tribuna da Imprensa 04/06/1960

O último livro de Cabral: “Quaderna”
Tribuna da Imprensa 06/08/1960

Cinema e Literatura
Correio da Manhã 07/10/1961

Um poeta esquecido
Correio da Manhã 24/03/1962

A Grande Tradição Metafísica
Correio da Manhã 05/05/1962

Reta, direto e concreto
Correio da Manhã 06/06/1962

A Questão Participante
Correio da Manhã 18/08/1962

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