1931


Em 13 de fevereiro, no Rio de Janeiro: nasce José Lino Fabião Grünewald,
filho do funcionário público Thiers Grünewald e Maria Fabião.

 

1946-1960


Assiste a exatamente 2.832 filmes mainstream, anotados, um a um, em cadernos escolares das marcas DeLuxe e Ben-Hur. José Lino registrava os nomes dos diretores, os astros elencados, uma breve cotação crítica em código cromático, os cinco elementos estéticos que mais valorizava (estrutura, dinamismo, ritmo, função e rigor) e até mesmo cada sala de projeção
onde vira os filmes.

 

1953


Obtém o diploma de Bacharel em Direito – Ciências Jurídicas, na Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

1955-1957


Trabalha na Fundação Getúlio Vargas como redator.

 

1956


Começa a publicar poemas e a escrever sobre arte, literatura e cinema no “Suplemento Dominical” do Jornal do Brasil.


Por intermédio de um amigo em comum, Júlio Cesar do Prado Leite, conhece os irmãos Augusto e Haroldo de Campos. Em uma carta datada de 5 de outubro, Augusto escreve: “José Lino, amigo de J. Cesar, [...] é o melhor sujeito deste mundo, modesto e honesto. E inteligente, futuro candidato ao ideo (ideograma), talvez. Conhece muito cinema e está formando uma boa cultura poética”.


Mostra a Augusto de Campos seus primeiros tentames poéticos, alguns paraconcretos
ou já concretos, como “vértice”, “cesse” e “pomba”.


Incorpora-se ao movimento de poesia concreta idealizado pelos irmãos Campos
e por Décio Pignatari.


Em 21 de setembro, José Lino e Augusto de Campos iniciam uma correspondência
que se estenderá por toda a vida.


Em 4 de dezembro, estréia, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a Exposição Nacional de Arte Concreta. Ecila de Azeredo, cunhada de Augusto de Campos, faz a ponte entre os poetas e pintores concretos paulistas e os cariocas. José Lino não participa da mostra porque já estava fechado o número de seus integrantes: os três poetas de São Paulo e os três que moravam no Rio de Janeiro: Ferreira Gullar, Ronaldo Azeredo e Wladimir Dias-Pino.

 

1957


Em fevereiro, chega ao Rio de Janeiro a Exposição de Arte Concreta.

José Lino torna-se membro informal do grupo Noigandres, ao lado dos irmãos Campos,
Décio Pignatari e Ronaldo Azeredo.

 

1958


Lança um e dois, seu primeiro livro de poesia, com capa concebida por Décio Pignatari.

 

1958-1966


Publica críticas e artigos cinematográficos no mensário Jornal de Letras, do Rio de Janeiro, formulando uma visão da sétima arte desvinculada das de seus contemporâneos, na maioria ancorados em Marx ou em Freud.

 

1958-1974


É contratado pelo Correio da Manhã, onde escreverá sobre cultura e política até o fechamento
do jornal
 em 1974, por pressão da ditadura militar. No prédio da rua Gomes Freire (Lapa), numa sala com dez mesas metálicas apelidada de "Petit Trianon", irá conviver com grandes nomes da literatura e do jornalismo brasileiros, como Otto Maria Carpeaux, Antônio Callado, Paulo Francis e Carlos Heitor Cony.

 

1958-2000


Artigos sobre diversos assuntos publicados em outros órgãos da Imprensa, como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Manchete, Última Hora, Tribuna da Imprensa.

 

1959


Por intermédio de José Lino, Mário Faustino convida Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari a colaborarem no “Suplemento Dominical” do Jornal do Brasil,
que então passava por uma grande reformulação.


Forma um grupo de discussão com Mário Faustino, seu colega na Fundação Getúlio Vargas, Augusto de Campos e Mário Pedrosa.


Nas páginas do Jornal do Brasil, trava uma brilhante polêmica com o critico
José Guilherme Merquior.

 

1960


Casa-se com Ecila de Azeredo, com quem terá dois filhos: Rodrigo, antropólogo, e Bernardo, publicitário, nascidos em 1963 e 1964 respectivamente.


Faz uma ponta no filme Na garganta do Diabo, de Walter Hugo Khouri.

 

1961


Toma posse como procurador da Superintendência Nacional da Marinha Mercante (SUNAMAM), autarquia federal.


Integra-se formalmente ao Noigandres, ao publicar no número 5 da revista homônima
editada pelo grupo.


Segue colaborando com o Jornal do Brasil, mesmo depois de os poetas paulistas terem sido alijados em favor do movimento dissidente, o neoconcretismo.

 

1962


Torna-se editorialista político do Correio da Manhã.

 

1965


Escreve para o Correio da Manhã uma longa série de artigos sobre música popular brasileira, intitulada “Prelúdio ao IV centenário”.
Em outubro, integra com Fritz Lang, Vincente Minnelli, Mel Ferrer, Adolfo Celi, Atonio Moniz Vianna, Robert Benayoun, Alex Viany, Troy Donahue, Claudia Cardinale o júri do I Festival Internacional do Filme (FIF) do Rio de Janeiro. Jean-Luc Godard envia um telegrama dizendo que não poderia vir. Socorro! (Help!), dirigido por Richard Lester e estrelado pelos Beatles, e
A velha dama indigna, de René Allio, ganham o prêmio máximo do Festival, a Gaivota de Ouro.

 

1966


Ministra um curso sobre poesia concreta no Colégio Brasileiro de Almeida,
no Rio de Janeiro.

 

1968-1970

Escreve artigos para as revistas Diners e Fairplay, às vezes sob o pseudônimo Nilo Valverde (anagrama/tradução de "Lino Grünewald"), alguns dos quais com críticas ao regime militar.

 

1969


Em junho e julho, participa como jurado do 19º Festival de Cinema de Berlim (Alemanha Ocidental), que outorga o Urso de Ouro, o prêmio máximo, ao filme Rani radovi, de Želimir Žilnik,  e um Urso de Prata a Brasil ano 2000, de Walter Lima Júnior. O júri, integrado também por Archer Winsten, Masaki Kobayashi, François Chalais, Agneša Kalinová, Giovanni Grazzini, Ulrich Gregor, John Russell Taylor e José P. Dominiani, é presidido por Johannes Schaaf.
Ao lado de Fritz Lang e Alberto Cavalcanti, integra o júri da segunda e última edição
do Festival Internacional do Filme (FIF) do Rio de Janeiro. O júri é presidido por
Josef von Sternberg e a Gaivota de Ouro cabe à produção argentina Martín Fierro,
de Leopoldo Torre Nilsson.

 

1969-1970


Escreve uma série de microcontos, publicada no Correio da Manhã,
sob o pseudônimo Xerloque da Silva.

 

1973-1981


Trabalha no Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e, a partir de 1975,
também na Legião Brasileira da Assistência (LBA), como assessor de comunicação .

 

1978


Comparece, como convidado entrevistado, ao programa Cadernos de Cinema, transmitido
pela TV Educativa do RJ, para comentar o filme Quando fala o coração, de Alfred Hitchcock.
Interpreta o papel de Carlos Gardel no filme O gigante da América, de Júlio Bressane.

 

1979-1982


Consultor da Secretaria de Assuntos Culturais do MEC.

 

Anos 1980


Passa a se ocupar mais de antologias e traduções, dentre as quais destaca-se a

da monumental obra inacabada do poeta norte-americano Ezra Pound, Os cantos,
com mais de 800 páginas.

Publica artigos nos jornais O Globo, Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo.

 

1982


Assessora Walter Avancini na TV Globo.

 

1983


Publica uma coluna sobre cinema e televisão no jornal Última Hora.

 

1987


Reúne suas criações poéticas num livro de bolso intitulado Escreviver.
A edição incorpora, na íntegra, seu livro de estréia, Um e dois (1958), reapresentando
suas faces pré-concreta e concreta.

Ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro Os cantos, de Ezra Pound.

 

1988


Rebe da Associação Brasileira de Crítica Literária o prêmio "Lily de Carvalho" de Cultura Brasileira por sua tradução de Os cantos.

 

1989


Ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro Grandes poetas da língua inglesa do século XIX.

Em 2 de maio, por iniciativa do deputado estadual Paulo Duque, a Assembleia Legislativa
do Rio de Janeiro lhe concede o título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro.

 

1990


Torna-se membro do Pen Club do Brasil.


Recebe da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) o Prêmio de Tradução pelo livro Poemas, de Stéphane Mallarmé.

 

1992


É agraciado com a Medalha Tiradentes pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

 

1993


Aposenta-se do serviço público.

 

1995


Colabora no roteiro do filme O Mandarim, de Júlio Bressane.

 

1999


Em enquete promovida pelo suplemento “Mais!” do jornal Folha de S.Paulo, inclui os poemas “LIFE” (1957), de Décio Pignatari, e “cidade/city/cité” (1963), de Augusto de Campos,
na sua lista dos dez melhores poemas brasileiros do século XX.

 

2000


Morre de septicemia em 26 de julho, no Rio de Janeiro, vindo a ser sepultado no cemitério
São João Batista, em Botafogo.