jlg
traduções

  rj  
Introdução, argumento e cap. I

Stéphane Mallarmé

[INTRODUÇÃO]

Antigo estudo

Quando os sopros de seus ancestrais querem soprar a vela (graças à qual, talvez, perduram os caracteres do livro de magia) - ele diz "Ainda não!"
Ele mesmo, ao fim, quando os ruídos tiverem sumido, comprovará a evidência de algo grandioso (nenhum astro? o acaso anulado?) por este simples fato de que pode ocasionar a sombra, soprando sobre a luz.
Depois - como terá falado conforme o absoluto - que nega a imortalidade, o absoluto existirá fora - lua, acima do tempo: e ele erguerá as cortinas em
frente.

Igitur, ainda criança, lê seu dever a seus ancestrais.

[ARGUMENTO]

4 PARTES:

1. A Meia-Noite
2. A escada
3. O lance de dados
4. O sono sobre as cinzas, após a vela apagada.

Mais ou menos o que se segue:
Meia-Noite soa - a Meia-Noite em que devem ser lançados os dados. Igitur desce as escadas, do espírito humano, vai ao fundo das coisas: "absoluto" como está. Túmulos - cinzas (nenhum sentimento, nem espírito), neutralidade. Ele invoca a predição e consuma o gesto. Indiferença. Silvos na escada. "Estavas enganado", nenhuma emoção. O infinito provém do acaso, que negastes. Vós, matemáticos, expirastes - eu projetado absoluto. Devia findar em Infinito. Simplesmente palavra e gesto. Quanto ao que vos digo, para explicar minha vida. Nada restará de vós – o infinito, enfim, escapa à família que o suportou – velho espaço - a ausência do acaso. Ela teve razão em o negar - sua vida -para que ele tenha sido o Absoluto. Isto devia ocorrer nas combinações do Infinito, frente ao Absoluto. Necessário - extrai a Idéia. Loucura útil. Um dos atos do universo vem de ser cometido. Mais nada, restava o sopro, fim de palavra e gesto unidos sopra a vela do ser, pelo que tudo existiu. Prova.
(Aprofundar tudo isto)

I

A MEIA-NOITE


Certamente subsiste uma presença de Meia-Noite. A hora não desapareceu por um espelho, não está oculta em tapeçarias, a evocar um mobiliário através de sua vazia sonoridade. Recordo-me que o seu ouro dissimularia, na ausência, uma jóia nula em fantasia, rica e inútil sobrevivência, a não ser que, na complexidade marinha e estelar de uma ourivesaria, se lesse o infinito acaso das conjunções.
Revelador da Meia-Noite, ele jamais, então, indicou semelhante conjuntura, pois aqui está a única hora que criou: e que, do Infinito, as constelações e o mar se separem, permanecidos, na exterioridade, recíprocos nadas, para lá deixar a essência, à hora unida, forjar o presente absoluto das coisas.
E, da Meia-Noite, perdura a presença, na visão de uma câmara do tempo, cujo misterioso mobiliário detém um vago frêmito de pensamento, luminosa fenda do retorno de suas ondas e de seu primeiro espraiar-se, enquanto se imobiliza (num limite móvel) o local anterior da queda da hora numa calmaria narcótica do eu puro, longo tempo sonhado; mas de que o tempo se transforma nas tapeçarias sobre as quais se fixou, completando-as com seu esplendor, o frêmito amortecido, em olvido, como uma lânguida cabeleira em torno da face clareada de mistério, aos olhos nulos, semelhantes ao espelho, do visitante, despojado de toda significação que não seja presença .
É o sonho puro de uma Meia-Noite, em si desaparecida, e cuja divisada Claridade, que permanece solitária no seio de sua consumação, mergulhada na sombra, resume sua esterilidade na palidez de um livro aberto, exposto pela mesa; página e cenário triviais da Noite, a não ser que ainda subsista o silêncio de uma antiga palavra proferida por ele, no qual, ressurgida, essa Meia-Noite evoca sua sombra finda e anulada por estas palavras: "Eu era a hora que me deveriatornar puro."
Morta há muito, uma antiga idéia se contempla como tal, à claridade da quimera, na qual agonizou seu sonho, e se reconhece no vago gesto imemorial, com o qual se convida, para extirpar o antagonismo desse sonho polar, a restituir-se com a claridade quimérica e o texto fechado, ao Caos da sombra abortada e da palavra que absolveu a Meia-Noite.
Inútil, do mobiliário completado que se atolará em trevas, como as tapeçarias já imersas numa forma permanente de sempre, enquanto que, lampejo virtual, produzido pela própria aparição no reflexo da obscuridade, cintila o fogo puro do diamante do relógio, única sobrevivência e jóia da Noite Eterna, a hora se formula nesse eco, no limiar de panos abertos pelo seu ato da Noite: "Adeus, noite, que fui, teu próprio sepulcro, porém, que, sombra sobrevivente, se metamorfoseará em Eternidade.'' [...]

Igitur ou a loucura de Elbehnon
01/01/1870

 
Cinco poemas
vários autores Grandes poetas da língua inglesa do século XIX

Introdução, argumento e cap. I
Stéphane Mallarmé Igitur ou a loucura de Elbehnon

Canto I
Ezra Pound Os cantos

Canto II
Ezra Pound Os cantos

Canto III
Ezra Pound Os cantos

Alguns princípios básicos de cinematografia
Sergei Eisenstein Jornal do Brasil

Estilo e estilização
Bela Balazs Jornal do Brasil

Métodos de montagem
S. Timoschenko Jornal do Brasil

A poesia do filme
Roger Manvell Jornal do Brasil

Dois poemas de Ezra Pound
Ezra Pound Jornal do Brasil

Observações sobre o cinema
Susanne K. Langer Jornal do Brasil

O princípio cinematográfico e o ideograma
Sergei Eisenstein Jornal do Brasil

O princípio cinematográico e ideograma - parte II - conclusão
Sergei Eisenstein Jornal do Brasil

Historieta do Sonho ao Ar Livre
Federico Garcia Lorca Jornal do Brasil

Retrato de uma dama
William Carlos Williams Jornal do Brasil

42 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|