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literatura

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Ninguém tem nada contra 2 dos três

Três contra uma cidade
autor: Craig Rice
Editora Cultrix, 200 pags.
tradução de Gilberto B. de Oliveira

O título nacional, não literal em sua versão, confere a impressão de algo mais épico-dramático - o que não é verdade. Pois, pelo menos, dois desses "três contra uma cidade" (trata-se do condado de Jackson) - o protagonista, criminalista John J. Malone e Helena, esta a mulher de seu cliente - não são, praticamente, hostilizados em profundidade por ninguém do pequeno lugar. A não ser pelo delegado, que, no entanto, tem muitos figurões a barrar-lhe a intransigência .
Feita a ressalva, trata-se de um romance policial perfeitamente legível, embora sem grandes brilhos no tocante à elaboração da trama. Como de praxe, o criminoso só é descoberto no final; mas é quase um jogo de azar - inexiste aquela engrenagem de ficção, racionalizada através da ligação dos elementos e eventos, a fazer com que o leitor experimentado no gênero renove o seu prazer de prever (no mínimo, através da psicologia de estilo e teações humanas) quem seja o culpado.
O lado mais pitoresco e positivo de Três Contra Uma Cidade reside em algumas minúcias e detalhes e no esforço de Craig Rice em criar uma amblência insólita. Talvez, em virtude de algumas dificuldades de tradução, esse aspecto até tenha sido prejudicado em parte. Há determinadas desigualdades no tratamento do texto, no que diz respeito ao entrosamento tradução-revisão. Note-se, por exemplo, que, no início, a Rua Main é muito citada; depois, desaparece porque é traduzida: transforma-se em Rua Principal.
Rice produz algumas metáforas, procura descrever com sabor alguns personagens - a maioria deles caricatos. A começar pelo próprio protagonista, o advogado criminalista John J. Malone, que não pode passar sem um trago. Até certo ponto, muito compreensível: se o álcool queima o memória (o que pode ser parcialmente evitado pela vitamina B concentrada), libera as idéias. E todo detetive que se preze tem de ter idéias eficientes e muito rápidas - antes que o assassino escape ou a Polícia desvende o caso. Malone é uma figura cômica, mas consegue vislumbrar coisas de tontear o Conde de Cagliostro .
Mas se o álcool faz milagres, o texto nem tanto. Três Contra Uma
Cidade
é um razoável passatempo de mistério, com muitos personagens para um mero cara-ou-coroa.

O Globo
29/04/1973

 
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