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Poesia Concreta

Mais uma antologia internacional de poesia concreta, como sempre com a participação dos poetas brasileiros lançadores do movimento e de Eugen Gomringer, acaba de ser editada em Wiesbaden - Alemanha - agora em homenagem aos sessenta anos de idade do filósofo e teórico de estética, Max Bense - um dos escritores que, não só melhor entendeu o objetivo do concretismo, como também melhor formulou uma seqüência de ensaios em tôrno dêsse movimento, inaugurado por poetas brasileiros em dezembro de 1956, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A rejerida antologia, além de inúmeras obras de criação de vanguarda, conta também com textos e pequenos ensaios escritos por nomes dos mais respeitáveis no âmbito internacional. Entre êles, o poeta Francis Ponge, a escritora Nathalie Sarraute. Helmut Heissenbütel e um dos maiores experts na teoria da informação, Abraham Moles, que, aliás, estêve entre nós durante êste ano, ministrando conferências e participando de debates.
Além dessa antologia, muitas outras foram recentemente editadas no exterior, ao lado das incessantes exposições, a mostrar que - apesar de, em dezembro próximo, completarem-se 14 anos de lançamento - a poesia concreta ainda é um processo em marcha, com os transformismos evidentes. Vale, entre tantas, citar o número especial da revistu
Artes Hispanicas - Hispanic Arts, publicada trimestralmente pela McMillan para a Universidade de Indiána, onde, além de farta antologia internacional e notas biográficas a respeito dos poetas dela participantes, tudo é precedido por um alentado ensaio de Mary Ellen Solt. Sem falar, na capa que, sintomàticamente, se consiste na reprodução de um poema brasileiro, no caso Eis os Amantes, de Augusto de Campos, publicado aqui no Brasil, pela primeira vez em 1955, por ocasião do aparecimento do número 2 de Noigandres, publicação em que os poetas concretos brasileiros apresentaram as suas primeiras experiências.
A extensão universal do movimento - que, alêm do Brasil, vai por tôda a Europa Ocidental e parte da Oriental (neste ponto, é grande a contribuição dos poetas tchecos), atingindo pontos mais isolados, como Escócia ou Japão, evidentemente diversificou bastante o sentido da criação e da experiência. Mas serviu para tornar claro que aquilo apenas proposto de início por uma espécie de eixo Brasil-Ulm, não era apenas um lance de esnobismo ou de "alienação" de jovens ou angry rationalists. Hoje, então, a poesia, mais ainda do que em sua fase inicial, conta com o suporte de inúmeros recursos gráficos, em manifestações das mais ricas.
De qualquer forma, o momento básico do concretismo verificou-se em fins da década de 50 e início da de 60, quando, na formulação doe padrões estruturais, o poema visava, como muito bem assinalou o crítico Oliveira Btastos, uma inversão do processo saussuriano, no instante em que, abolido em sua expressividade, o significado idiomático tornava-se significante e vice-versa. E é dêsses padrões que se desenvolvem, agora, novas cogitações semânticas.

Correio da Manhã
01/10/1970

 
G. S. Fraser "The modern writer and his world" - Criterion Books
Jornal do Brasil 18/08/1957

Sophokles – “Women of trachis”
Jornal do Brasil 03/11/1957

Piet Mondrian
Jornal do Brasil 01/12/1957

The Letters Of James Joyce
Jornal do Brasil 12/01/1958

O poema em foco – V / Ezra Pound: Lamento do Guarda da Fronteira
Correio da Manhã 05/10/1958

Erza Pound, crítico
Correio da Manhã 11/04/1959

Uma nova estrutura
Correio da Manhã 31/10/1959

"Revista do Livro", nº 16, Ano IV, dezembro de 1959
Tribuna da Imprensa 13/02/1960

E. E. Cwnmings em Português
Tribuna da Imprensa 04/06/1960

O último livro de Cabral: “Quaderna”
Tribuna da Imprensa 06/08/1960

Cinema e Literatura
Correio da Manhã 07/10/1961

Um poeta esquecido
Correio da Manhã 24/03/1962

A Grande Tradição Metafísica
Correio da Manhã 05/05/1962

Reta, direto e concreto
Correio da Manhã 06/06/1962

A Questão Participante
Correio da Manhã 18/08/1962

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