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Um visão radical da cultura na marcha das utopias

Oswald de Andrade
Do Pau-Brasil à Antropofagia, e à Utopias

Editora Civilização Brasileira, 230 páginas

Um dos lançamentos mais importantes que vem sendo feito, no terreno da literatura brasileira, é a série das obras completas de Oswald de Andrade, pela Editora Civilização Brasileira. Tomou o bastão da Difusão Européia do Livro e, agora, graças a tal iniciativa, desapareceu o velho black-out editorial baixado sobre quem era, justamente, o maior nome do movimento modernista de 1922, em termos de invenção. E é por isso que já permanecem acessíveis ao público as poesias completas de Oswald, os romances da série Os Condenados, além de dois dos pontos mais altos da prosa brasileira: os romances Serafim Ponte Grande e Memórias Sentimentais de João Miramar. Alem destas, Ponta da Lança, volume a englobar uma secessão de artigos, ensaios e conferencias.
Agora, como volume nº 6 da coleção, surge Do Pau-Brasil à Antropofagia e às Utopias, numa apresentação em convênio com o Ministério da Educação e Cultura. É um conjunto de manifestos, teses de concursos e ensaios – como sempre, em se tratando de Oswald, polêmicos e instigantes. O livro vem precedido de um longo prefácio de Benedito Nunes e orelha de Mário da Silva Brito, quem, como um dos grandes conhecedores e documentadores da obra de Oswald entre nós, teve condições de organizar essa coleção com a esperada riqueza e seriedade.
Constam do volume os dois manifestos, da poesia pau-brasil e o Manifesto Antropófago; o depoimento, Meu Testamento, incluso no livro de Edgar Cavalheiro, de 1944. Testamento de uma Geração; as teses, A Arcádia e a Inconfidência e A Crise da Filosofia Messiânica; o artigo, Um Aspecto Antropofágico da Cultura Brasileira: O Homem Cordial; enfim, o ensaio A Marcha das Utopias, que foi originariamente uma série de artigos publicados em “O Estado de São Paulo”.
Esse conjunto de trabalhos da uma dimensão do espírito do escritos, mas, dentre eles, os que melhor expressam o melhor da herança de Oswald, de sua visão radical da cultura, são os dois manifestos. Montagem, síntese, humor, radicalidade, invenção. Basta fazer, aqui, uma espécie de mini-antologia:
“País de dores anônimas, de doutores anônimos / A língua sem arcaísmo, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. / Tupi or not Tupi, that is the question / Contra o índio de tocheiro/ O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz. / Contra a realidade social vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucuras, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama”.
Oswald foi, entre nós, a ponta de lança para um reenfoque cultural. Esse livro, agora lançado, já perfaz a evidência.

O Globo
10/12/1972

 
G. S. Fraser "The modern writer and his world" - Criterion Books
Jornal do Brasil 18/08/1957

Sophokles – “Women of trachis”
Jornal do Brasil 03/11/1957

Piet Mondrian
Jornal do Brasil 01/12/1957

The Letters Of James Joyce
Jornal do Brasil 12/01/1958

O poema em foco – V / Ezra Pound: Lamento do Guarda da Fronteira
Correio da Manhã 05/10/1958

Erza Pound, crítico
Correio da Manhã 11/04/1959

Uma nova estrutura
Correio da Manhã 31/10/1959

"Revista do Livro", nº 16, Ano IV, dezembro de 1959
Tribuna da Imprensa 13/02/1960

E. E. Cwnmings em Português
Tribuna da Imprensa 04/06/1960

O último livro de Cabral: “Quaderna”
Tribuna da Imprensa 06/08/1960

Cinema e Literatura
Correio da Manhã 07/10/1961

Um poeta esquecido
Correio da Manhã 24/03/1962

A Grande Tradição Metafísica
Correio da Manhã 05/05/1962

Reta, direto e concreto
Correio da Manhã 06/06/1962

A Questão Participante
Correio da Manhã 18/08/1962

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